Fachada do Hospital Padre Estevam em Santa Maria de Itabira
“Profissional tem formação militar, rígido e muito correto”, pondera diretor
O clínico geral do Hospital Padre Estevam (HPE), em Santa Maria de Itabira, ex-prefeito de Itabira entre 2013/2016, Damon Lázaro de Sena foi alvo de críticas contundentes na Câmara Municipal da cidade na sessão de segunda-feira (8/5).
O tema ganhou relevância logo após o diretor do hospital, Ari Virgílio responder aos vereadores se o convênio com a Prefeitura, que repassa R$ 165 mil mensalmente, estaria assinado. Ari disse que o convênio para a ser assinado teria que preencher requisitos de um anexo com metas a serem cumpridas. Ele informou que não teve acesso a este documento, que deverá ser enviado pela Prefeitura, fato que não interfere no repasse mensal. Ari Virgílio lembrou que a Prefeitura faz o repasse para manter os atendimentos de urgência e emergência e que a unidade está apenas com um médico para atendimento interno, o que dificulta consultas dos pacientes na portaria. “Não está sendo fácil conseguir médico. Tenho conversado com cinco profissionais e todos alegam que o valor está abaixo do mercado. Pagamos em média/dia ao plantonista R$ 1.050, mas os médicos pedem R$ 1.350, valor que estouraria nosso orçamento em mais de R$ 25 mil por mês”, justificou.
Logo após, o presidente Rodrigo Antônio Reis “Rodrigo do Bar” (CID) perguntou ao diretor sobre as reclamações em relação ao atendimento do Damon de Sena. Ari Virgílio respondeu que o médico tem uma formação militar e costuma ser rígido, muito correto. “É o jeito dele. Mas tenho conversado e ele tem sido mais maleável. Mesmo com todas as dificuldades, Damon tem contribuído muito com o hospital, principalmente em se tratando de emergência. Nós atendemos cerca de 60 pacientes todos os dias, é muito gente para apenas um médico”, completou.
A vereadora Juliana Mara do Carmo Lage “Enfermeira” (PSD) foi mais longe, apontando que o médico não trata mal apenas os pacientes, mas trata mal e com calúnia os profissionais do PSF e Posto de Saúde. “Ele tem dito que nós não atendemos e que mandamos as pessoas para o hospital, o que não é verdade”, completou Juliana Mara.
O vereador Vicente Umberto dos Santos (PT) saiu em defesa do médico, dizendo que ele é um profissional exemplar e que nunca recebeu uma reclamação contra Damon de Sena. “Nós temos que considerar também que muitas pessoas vão ao hospital em busca de atendimento de urgência devido a uma dor de cabeça, temos que ter consciência”, disse.
Outra sugestão para otimizar o atendimento é implantar o protocolo de Manchester, um método de triagem muito utilizado no setor de saúde, desenvolvido com o objetivo de classificar a prioridade de atendimento dos pacientes. Ao chegar na unidade de saúde, os pacientes passam por esse processo de triagem, que identifica o nível de gravidade em cada caso. Ari Virgílio respondeu que este processo já está em fase final de implantação.
O diretor disse ainda que vai agendar uma reunião entre Damon de Sena e vereadores com o propósito esclarecer todas estas situações.