O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) de Catas Altas realizou, no último dia 8 de fevereiro, uma reunião com representantes da Cenibra para apresentar algumas situações que têm sido questionadas pelos produtores da zona rural.
Na ocasião, o presidente do Conselho, Carlos Gomes Ferreira informou que os maiores problemas são os relacionados às condições das nascentes, invasão de animas silvestres nas propriedades, má conservação das estradas por conta do trabalho de corte de eucalipto pela empresa, irresponsabilidade de motoristas que estariam circulando em alta velocidade nas estradas rurais e regularização de uma brigada de incêndio que possa ser mantida através de um trabalho envolvendo empresas, prefeitura e comunidade.
Para explicar as situações, a Cenibra enviou três representantes. Segundo a coordenadora do Instituto Cenibra, Leida Hermsdorff Horst Gomes, o melhor caminho para os produtores é encaminhar à empresa todas as reclamações e insatisfações através do canal “Fale Conosco” disponível no site pelo endereço: https://www.cenibra.com.br/fale-conosco. “A Cenibra quer ser parceira do município e se dispõe sempre a contribuir para o desenvolvimento de Catas Altas, mas precisa saber destas situações que estão acontecendo. Para isso, temos um canal, onde tudo passa por auditoria e é encaminhado para solução”, explica Leida.
De acordo com Ferreira, a principal preocupação dos produtores é resgatar as nascentes. “Muitas delas, porém, estão dentro da área da Cenibra, o que impede o município de fazer intervenções.”
“Sabemos que resgatar as nascentes é garantir a água para nossas futuras gerações. Hoje, temos quatro mil nascentes da Cenibra em 54 municípios e a empresa, preocupada com essa realidade, está liberando recursos para a recuperação desses mananciais”, destaca Leida.
Durante a reunião, os membros do Conselho disseram que, em pesquisa realizada pelos alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os moradores da zona rural apontaram a Cenibra como o maior dano para as comunidades, mostrando a insatisfação com o impacto que a companhia está causando.
O secretário de agricultura e Meio Ambiente, Reginaldo Nascimento, enfatizou a importância da empresa ficar atenta ao que está acontecendo nas comunidades rurais. “Hoje, 60% da área rural de Catas Altas pertence à Cenibra e, mesmo assim, ela não gera empregos direta ou indiretamente para o município. Além disso, temos muitas denúncias e dados que mostram irregularidades e é preciso tomar providências. Sabemos que os donos da companhia são japoneses e eles são um povo muito correto e é essa conduta que queremos aqui no município”, explica.
Recuperação das nascentes – Catas Atas tem feito um amplo trabalho de recuperação e prevenção das nascentes, através de cursos de construção de barraginhas e instalação de fossas sépticas.
Desde janeiro de 2017, várias medidas já foram implantadas e os resultados já estão aparecendo com objetivo de resgatar os valores ambientais para garantir um futuro ecológico e sustentável do município (na área de meio ambiente) e valorizar o trabalho do homem do campo (na agricultura). “Tivemos muitos projetos importantes em 2017, como recuperação de nascentes, realização das semanas do meio ambiente e da árvore e construção e manutenção de barraginhas e caixas secas. Estamos trabalhando para transformar Catas Altas em um lugar gostoso de se viver”, finaliza Nascimento.
Além disso, o município está planejando levar saneamento básico para 100% das propriedades, através do projeto Rio Vivo. Nele, 150 famílias serão beneficiadas com fossas sépticas. Além disso, outras 45 fossas serão construídas nos imóveis do Córrego João Alves, ainda em 2018, com recursos captados pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente através da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).