Reforma da Prefeitura está atrasada há seis meses; governo adota o silêncio

Portaria está repleta de materiais misturado a entulho

Gastos com aluguéis e aditivos elevam valor da obra, que deve passar dos R$ 10 milhões

  • ITABIRA

25/02/2024 – Iniciada em 23 de fevereiro de 2023, com prazo de entrega do serviço marcado para seis meses depois, agosto de 2023, a reforma do prédio da Prefeitura, o Paço Municipal Juscelino Kubitscheck, não tem mais data para ficar pronta. Apesar de já acumular seis meses de atraso, o Governo Municipal não deu nenhuma satisfação ou apresentou qualquer justificativa. A lei do silêncio impera. E pelo andamento dos serviços no local, a obra não deve ser entregue em menos de três meses.

Até a placa com os dados do projeto de reforma continuar inalterada, tanto o valor quanto o prazo de realização continua os mesmos. Orçada em R$ 6,150 milhões, a obra está sendo realizada pela Ultra Engenharia e Construções Ltda, que tem entre os seus sócios Bráulio Pena Medeiros, irmão do ex-secretário de Planejamento – Flávio Pena Medeiros. A empresa é responsável por diversos outros contratos no Município.

Obra no segundo piso também segue a passos lentos

Todos os andares do prédio oficial estão passando por intervenção. O terceiro andar, onde fica instalado o gabinete do prefeito, foi isolado e só entram pessoas liberadas pelos empreiteiros.

Construído em 1984, o Paço Municipal Juscelino Kubitschek nunca passou por grandes melhorias estruturais. Por isso a justificativa de intervenção completa de melhorias. No lançamento da obra, a informação era de que a revitalização do prédio atende às necessidades apontadas por laudo técnico, emitido por empresa do segmento, comprovando a existência de infiltrações, panes elétricas e até riscos de incêndio. De acordo com os documentos, a reforma é necessária para garantir a integridade física das pessoas e a preservação de bens patrimoniais.

Não é diferente na área externa; muito serviço para fazer em uma obra que deveria ser concluída em em agosto do ano passado

No subsolo, área mais afetada por infiltrações, as paredes estão recebendo cobertura impermeabilizante. A ideia é que o espaço seja utilizado como garagem ou depósito. A casa de máquinas antiga foi demolida e uma nova com aparelhos modernos e atualizados está sendo construída onde existia um espelho d’agua. Toda a rede elétrica terá que ser substituída, entretanto, os cabos e fiações antigas continuam ainda no lugar, dependurados.

O sistema hidráulico também requer reparo e de acordo com o projeto executivo da obra, as divisões das estruturas internas, como salas e gabinetes, terão um novo layout. O que acontece de forma lenta.

Com a demora, os custos da obra aumentam ainda mais. No início do ano, um aditivo elevou o valor em mais de R$ 1,5 milhão. Há informação de que a obra pode custar aos itabiranos mais de R$ 10 milhões.

Soma-se aos custos da obra, o valor de locação de imóvel para abrigar parte dos setores municipais, que é o caso da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi), que recebe mais de R$ 70 mil mensais de aluguel.