Pelo fato de estar localizada em uma região montanhosa, a Cenibra enfrenta um grande desafio ao monitorar os 254 mil hectares de terras de sua propriedade, distribuídos em 54 municípios do interior mineiro. Por isso, a Empresa investe em soluções inteligentes para reduzir danos ambientais e garantir a produtividade.
Até então, para observação dessa área, havia, ao todo, 36 torres que abrigavam monitores reportando, em tempo real, o que acontecia naquele terreno. Agora, com o projeto de transformação digital da CENIBRA, a análise dos terrenos ficou mais fácil e assertiva.
“Instalamos câmeras de TV em lugares onde antes só tinha grilo”, brinca o gerente do Departamento de Tecnologia da Informação e Telecomunicação (DETIN), Ronaldo Ribeiro, destaque na premiação Executivo de TI do Ano 2020, da IT Mídia, na categoria Indústria Química, Petroquímica, Óleo e Gás.
“Quando chegamos ao ponto de termos todas as áreas monitoradas por câmeras e com os dados centralizados, os monitores saíram das torres e foram para salas com ar-condicionado”, explica. Mas o desafio ainda não estava completo.
Cada operador é capaz de analisar 12 câmeras por região. Cada uma das torres gera aproximadamente 730 mil frames de imagens diariamente. Isso faria com que, por dia, cada operador precisasse analisar 30 mil imagens. “Assim é difícil que eles acompanhem. Uma única pessoa não consegue analisar tudo isso por dia. Por isso, partimos para o uso de Inteligência Artificial”.
O time de TI da Cenibra começou a treinar uma rede neural por três meses, aplicando “machine learning”, e esta tecnologia passou a entender o que é um foco de incêndio, desmatamento ilegal, roubo ou qualquer tipo de atividade suspeita na área florestal da Empresa. Agora, até a passagem de um carro cuja placa não esteja cadastrada na empresa é apontada pela inteligência artificial para os operadores.
“Ganhamos velocidade no combate de incêndios florestais. Como conseguimos tomar ações de forma muito mais rápida e com mais certeza, conseguimos evitar a queima de 5% do nosso terreno em um ano, em um olhar bem conservador”, explica Ronaldo. Hoje, a AI já tem 99% de precisão. “Evitando a queima de 75 hectares de terra temos, no mínimo. Economia de R$ 400 mil por ano, sem contar a diminuição do risco ambiental”.
Time
Hoje, já são três operadores por turno analisando e recebendo “insights” da inteligência artificial de todas as 36 torres. “Como é algo bastante novo, estamos aprendendo com os benefícios, mas o primeiro benefício é de ordem financeira, seguido do ambiental. Se detectamos a queimada mais rápido, o combate é mais rápido e, consequentemente, menos florestas queimadas. Por fim, evitamos a fadiga humana em combater grandes focos de incêndio”.
Ronaldo destaca que a parceria com a empresa TERA Sistemas e o grande esforço das equipes de TI e operação do sistema foram determinantes para o desenvolvimento e treinamento da Inteligência Artificial aplicada ao sistema. O ponto de origem para o projeto foi desafiar essas pessoas para fazerem algo ainda melhor do que estava em operação. “O ser humano, quando desafiado, produz coisas inimagináveis”, conlcui.