Produtores aprendem a cercar sem desmatar

Uso de madeiras tratadas e de reflorestamento

No Parque de Exposições Virgilio José Gazire foi instalado um cercamento com 170m de extensão, durante 40 horas-aula de qualificação, que entregou para o mercado dez novos profissionais preparados para utilizar arames farpados e/ou lisos.  A oferta é através de convênio com o Sindicato dos Produtores Rurais de Itabira, e de forma gratuita.

O curso Cerqueiro de Arame Farpado e Liso foi entre os dias três e sete de dezembro, orientado pelo instrutor do Senar-MG (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Milton Pereira Silva. Foram 100m de arame liso e outros 70m de farpado. Usados nas cercas postes e estacas com madeira de eucalipto tratado, ecologicamente correto, sem agredir a mata nativa.

“Começamos pela programação da cerca, e seus custos. Fazemos uma cerca que dure no mínimo 25 anos. Garantimos economia de tempo e de matéria prima, e podemos perceber que experientes que fazem cerca há muitos anos recebem orientações de amarrações que sequer conheciam. Normalmente e dependendo da região com material do proprietário, devem cobrar cerca de cinco reais por metro linear construído. Temos que agradecer as pessoas que nos ajudam como o empresário Jander Oliveira, desde ferramentas e até pessoal, sempre contribuindo com os nossos cursos”, destacou o instrutor Milton.

Os alunos se engajaram nas aulas. “Essa aprendizagem é muito importante. Mesmo sabendo fazer uma cerca, vim como aluno e assim como meus colegas estamos aprendendo muita coisa. Eu não tinha o curso e estou agora achando fácil o que aprendi. Vou trabalhar nessa área com muita atenção na habilidade, paciência e dicas de segurança. Precisa da cerca pra cercar animais que soltos na pista causam até acidente”, disse Adilson Faustino, colaborador da empresa de Jander Oliveira, citado pelo orientador do curso.   

O aluno Elias Sousa Silva, tem uma avaliação semelhante. “Pra mim foi um aprendizado muito grande porque eu nunca tinha mexido com cerca. Eu aprendi várias maneiras de trabalhar, diferente uma da outra. Cada um tem a forma correta de amarração. Aprendemos seis formas diferentes. Com o amarrilho melhor a cerca dura mais. Aprendi a puxar com enxada porque o arame se dilata, assim o poste fica mais preso ao arame e ao chão. Cerca mal feita pode arrebentar, e do jeito que aprendemos com a distância padrão ela vai durar muito mais tempo”, disse.

O custo-benefício, com cercas diferentes foram mostradas, dois dias com arame farpado, e três dias com o liso. A finalidade é mostrar qual a ideal para cada tipo de terreno e objetivo, se apenas delimitar a área ou impedir o avanço de animais. A fixação das hastes garante economia de material, com as novas técnicas orientadas.

“É mais simples e eficaz com a valorização do Senar-MG e o Sindicato Rural de Itabira,” concluiu o profissional do Senar-MG. Foram usadas madeiras de reflorestamento com eucalipto tratado, sem retirar matéria prima de mata nativa. O desmatamento foi matéria no curso, para incentivar a preservação da natureza.