Objetivo é evitar os golpes aplicados por telefone principalmente contra idosos
Na Semana do Consumidor, na semana de 13 a 17/3/23, o Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) lança uma campanha inédita no país para conscientizar os consumidores, principalmente os idosos, sobre os riscos de se cair em ciladas financeiras a partir de ligações telefônicas, e-mails ou contatos feitos por aplicativos de mensagens. Dados da instituição mostram que a grande maioria dos golpes, incluindo empréstimos fraudulentos, são aplicados a partir de um contato virtual, no qual os criminosos convencem a vítima a informar dados sensíveis de suas contas bancárias, como a senha e o código de segurança do cartão de crédito, por exemplo, clicarem em links falsos e realizarem operações financeiras contra si próprias.
Impulsionada pela hashtag #desligueotelefone, a campanha pretende incentivar os consumidores a simplesmente desligarem o telefone e ignorarem mensagens de e-mails e aplicativos realizadas por pessoas que se identificam como gerente do banco ou representante de alguma instituição ou empresa de telemarketing. “É uma medida radical, mas necessária diante do ambiente de insegurança e abusos cometidos contra uma parcela extremamente vulnerável da população. Esses crimes têm afetado gravemente a estrutura financeira de muitas famílias brasileiras e precisam ser enfrentados de forma vigorosa”, alerta o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa.
Dados do Serasa mostram que atualmente 69,8 milhões de brasileiros estão inadimplentes. São 247 milhões de dívidas em atraso, acumulando um montante de R$ 311 bilhões.
As ações dessa campanha visam motivar os consumidores a:
* Evitar contrair empréstimos contra a sua vontade;
* Impedir que golpistas usem seus dados para clonar cartões de crédito;
* Proteger os idosos contra os mais variados tipos de fraude;
* Garantir a estabilidade do orçamento familiar.
Para que isso aconteça, é muito importante que os adultos que convivem e cuidam de seus idosos fiquem extremamente atentos às ligações telefônicas e mensagens recebidas. O coordenador do Procon ensina qual deve ser o comportamento do consumidor ao receber uma ligação:
* Se a pessoa se identificar como gerente do banco, diga que prefere conversar pessoalmente com ela e desligue o telefone;
* Se a pessoa disser que é do setor de segurança do banco e que houve uma movimentação atípica na sua conta, desligue o telefone;
* Se a pessoa disser que é da central de atendimento e que foi detectada uma compra de alto valor em seu cartão de crédito, desligue o telefone;
* Se a pessoa te oferecer algum produto ou serviço ou disser que você tem direito a devolução de juros e seguros cobrados indevidamente, desligue o telefone.
* Se a pessoa disser que você está com o nome negativado no SPC ou Serasa, desligue o telefone.
* Lembrando que os cuidados para evitar a continuidade da conversa devem ser tomados também nos contatos feitos por aplicativos de mensagens ou por e-mail.
Marcelo Barbosa lembra que os criminosos possuem muitos dos nossos dados pessoais, então eles provavelmente sabem o CPF, o endereço, a data de nascimento e o número da conta bancária da vítima em potencial. Eles citam esses dados para tentar convencer a pessoa de que são quem alegam ser e, com isso, conquistar sua confiança e convencê-la a dizer ou digitar sua senha ou mesmo realizar uma operação bancária. Geralmente são pessoas bem articuladas, pacientes e preparadas para ganhar aos poucos a confiança das vítimas.
As iniciativas para a efetivação da campanha incluem:
* Palestras em associações e grupos da chamada “terceira idade” e outros de interesse;
* Encontros com representantes de procons municipais;
* Divulgação de releases para serem publicados nos meios de comunicação de massa;
* Mensagens de alerta nas redes sociais da ALMG, como facebook, twitter e instagram;
* Distribuição de panfletos em pontos estratégicos com concentração de consumidores;
* Afixação de cartazes nas instalações de órgãos de defesa do consumidor;
* Repasse do material impresso e digital para ser replicado pelas entidades interessadas;
* Reuniões com o meio político para sugerir mecanismos legais em nível nacional para proteger o consumidor das abordagens comerciais por telefone;
* Articulação com o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor para pressionar instituições financeiras a abolirem o contato telefônico para oferecerem produtos e serviços a seus clientes e ao mesmo tempo modernizarem seus sistemas de segurança, tendo em vista o disposto no Parágrafo VI do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, que define como um direito básico do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.