Na Semana Nacional de Educação Financeira, Procon alerta para necessidade de se ter as contas equilibradas
De 20 a 26 de maio/2019 comemora-se em todo o país a Semana Nacional de Educação Financeira. Nesse período, diversas entidades promovem iniciativas para conscientizar os consumidores sobre a importância do planejamento financeiro e do equilíbrio do orçamento familiar. A Semana foi criada em 2014 pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), órgão do Governo Federal composto por instituições públicas e representantes da sociedade civil.
O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) é testemunha diária da devastação provocada pelo superendividamento, um dos efeitos mais dramáticos do desequilíbrio orçamentário. Hoje, de cada dez pessoas que comparecem ao órgão, seis estão em busca de ajuda para resolver problemas de dívidas. Aprender a controlar as finanças, portanto, é uma necessidade que se torna ainda mais urgente em tempos de crise econômica, como agora.
Nesse sentido, o Procon preparou uma série de dicas para ajudar as famílias a lidarem melhor com seu orçamento. A intenção é evitar que elas sejam capturadas pela “bola de neve” das dívidas, uma armadilha muito difícil de se livrar.
A primeira atitude deve ser uma conversa franca com os membros da família. É preciso que todos tenham consciência do orçamento mensal fixo, que é o total dos ganhos recebidos pelas pessoas da família que trabalham ou que recebem aposentadoria/pensão. A partir desse valor, passa-se à segunda fase da conversa, que é identificar os gastos obrigatórios do mês: contas de água, luz, telefone, condomínio, internet, supermercado, combustível etc.).
Obviamente cada família tem sua própria realidade e vai encontrar um resultado específico para a equação “receita menos despesa”. O desafio é fazer com que as despesas caibam dentro das receitas, a fim de evitar a necessidade de se tomar dinheiro emprestado para cobrir eventuais buracos no orçamento. Parece fácil, mas para a maioria dos trabalhadores tem sido bem complicado manter os gastos mensais dentro do que se recebe. Afinal, é difícil mudar certos hábitos de consumo e ter que abrir mão de alguns confortos, mesmo que temporariamente.
Quando a situação aperta, no entanto, é preciso ter força de vontade e colaboração de toda a família. A troca do smartphone pode esperar, assim como a visita ao restaurante, a viagem e a compra de roupas novas; o plano de internet pode ser mudado por um mais barato; o transporte público pode substituir o automóvel; e assim por diante.
Nas palestras que realiza sobre o assunto, o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, costuma orientar a plateia: “Diante de um produto à venda que te interessa, você deve se fazer três perguntas: Eu preciso disso? Posso pagar? Tenho que comprar agora? Se alguma das respostas for ‘não’, não compre. Deixe para quando a resposta for ‘sim’ para as três perguntas”.
O segredo aqui, vale a pena reforçar, é evitar o endividamento. Porém, caso já estejam endividados, o consumidor e sua família devem se esforçar ainda mais. Livrar-se do cheque especial e do chamado “crédito rotativo” do cartão de crédito é uma medida essencial. Esses dois produtos bancários são os maiores causadores do superendividamento, pois cobram juros muito acima do razoável, tornando a dívida impagável em poucos meses.
Quem tem dificuldade em pagar suas dívidas deve procurar negociá-las, seja diretamente com o credor ou com a mediação dos órgãos de defesa do consumidor, que podem tentar um acordo em condições mais favoráveis. Sempre vale a pena procurar ajuda no Procon do seu município. É possível também fazer a portabilidade da dívida para uma instituição que ofereça juros mais baixos.
Mas e a família que tem a felicidade de ajustar os gastos mensais dentro do orçamento? Merece os parabéns, mas nem por isso pode se descuidar. Afinal, despesas inesperadas acontecem, como por exemplo uma doença, um carro batido ou um encanamento estourado na cozinha. Por isso é muito importante poupar algum dinheiro para se precaver desses imprevistos. O ideal é que essa poupança seja de 10% a 20% do orçamento.