Prefeituras de cidades afetadas pelas chuvas terão R$ 200 milhões para novas moradias

O objetivo é oferecer crédito para que o poder público de cidades que decretaram situação de emergência ou calamidade pública possa construir moradias

O anúncio foi feito pelo novo presidente do BDMG, Marcelo Bomfim (foto). Um dos principais focos da gestão será aumentar a atuação do banco junto aos municípios mineiros

O novo presidente do BDMG, Marcelo Bomfim, anunciou uma linha de crédito de R$ 200 milhões, nesta terça-feira (01/02), para construção de moradias populares em cidades afetadas pelas chuvas. O executivo, que foi oficialmente empossado no cargo no último dia 24/01, também anunciou recursos extras para micro e pequenas empresas localizadas nestas regiões, bem como os principais direcionamentos da nova gestão do banco.

Denominada BDMG Habitação Municípios, a nova linha insere-se no plano Recupera Minas, do Governo do Estado. O objetivo é oferecer crédito para que o poder público de cidades que decretaram situação de emergência ou calamidade pública possa construir moradias em terrenos próprios e doá-las às famílias que perderam suas casas em função das chuvas. Dos R$ 200 milhões disponibilizados pelo BDMG, R$ 182 milhões são provenientes de um aporte de capital feito pelo Governo de Minas, permitindo condições de contratação bastante acessíveis para as prefeituras: juros prefixados de 0,5% ao mês e até 96 meses para pagar, incluída carência de 12 meses. Cada cidade pode inscrever projetos financiáveis entre R$ 100 mil e R$ 2 milhões e a contratação já pode ser feita 100% online no site do banco (bdmg.mg.gov.br/municipios), com menor burocracia e prazos mais ágeis.

“Em conjunto com o nosso acionista, o Governo de Minas, cumprindo o mandato a nós confiado pelo governador Romeu Zema, e em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, nós nos mobilizamos rapidamente para construir oportunidades para os municípios mineiros superarem os desafios atuais. Nesse contexto, o BDMG pretende ampliar sua atuação no estado, com produtos inovadores e com maior compreensão das realidades locais, a fim de ser um agente indutor de desenvolvimento regional ainda mais eficiente”, afirmou Bomfim.

MAIS RECURSOS TAMBÉM PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Em 18/01, já no contexto do programa Recupera Minas, do Governo de Minas, o BDMG anunciou financiamentos emergenciais para cidades com decretos de situação de emergência ou calamidade publicados pela Defesa Civil do estado. Desde o lançamento até 31/01, a linha de crédito destinada a prover capital de giro para as micro e pequenas empresas localizadas nestas regiões, lançada em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, já recebeu 423 propostas, tendo sido aprovados R$ 27 milhões. Em função da forte demanda, o orçamento desta linha – inicialmente de R$ 35 milhões – foi aumentado para R$ 116 milhões nesta terça-feira (01/02).

Além deste financiamento, o BDMG também disponibilizou outra linha de crédito com orçamento de R$ 50 milhões para as prefeituras investirem em infraestrutura em geral.

  • GESTÃO

À frente do BDMG, Bomfim não apenas pretende aumentar o apoio creditício aos municípios, mas também apoiá-los de outras formas. “A diretoria anterior fez um ótimo trabalho e acho que temos oportunidades de aperfeiçoar ainda mais algumas frentes de atuação, com foco especial nas necessidades mais urgentes de Minas Gerais. Por exemplo, temos potencial para nos tornar um hub de prestação de serviços e consultoria para que os agentes públicos municipais possam estruturar projetos financiáveis com mais eficiência e aderência ao banco”, destaca.

No setor privado, sem prejuízo da atuação com médias e grandes empresas, o novo presidente considera que o pequeno empreendedor deve ser um dos principais focos de sua gestão. “Queremos estabelecer parcerias para fomentar a atuação do BDMG na oferta de microcrédito para empreendedores individuais e também ampliar negócios com as cooperativas, para o repasse de crédito do agronegócio com pequenos agricultores”, afirma.

Bomfim ressalta que, do ponto de vista financeiro e institucional, pretende zelar pelo aumento contínuo da rentabilidade do Banco, diminuindo o custo de captação e buscando outras fontes de receitas. “Pretendemos manter nossa agenda de captação com organismos multilaterais, mas também ampliar nossa interlocução com outros atores institucionais nacionais, de modo a termos uma maior variedade de recursos competitivos. Outro ponto importante será reforçar agenda com o BACEN para entendimento das boas práticas de regulação”, destaca o presidente, concluindo que “o BDMG possui um corpo técnico altamente qualificado para potencializar a atuação do banco em prol das camadas da sociedade mineira que mais precisam de apoio para recomeçar, ainda mais neste cenário socioeconômico complexo que estamos atravessando”.

  • CURRÍCULO

Natural de Tarumirim-MG, Marcelo Bomfim é graduado em Direito, pós-graduado em Direito Processual. doutor em Ciências Jurídicas Sociais, MBA em Gestão Pública e MBA em Consultoria Empresarial. Durante 33 anos atuou como empregado de carreira na CAIXA, onde por 19 anos foi Superintendente Regional na Capital, Região Metropolitana e também em todas as regiões do Estado de Minas Gerais. Especialista em gestão pública, auxiliou inúmeros municípios nos repasses de recursos do Orçamento Geral da União, financiamento, além de ser vocacionado para a capacitação de entes públicos. Porta voz da CAIXA no Estado, foi conselheiro estadual do SEBRAE/MG, onde atuou em parceria para o fortalecimento dos empreendedores individuais e das micro e pequenas empresas.

Bomfim terá na Diretoria do BDMG, como vice-presidente, o administrador Gabriel Viégas, que trabalhou por 19 anos no Itaú Unibanco, foi superintendente no Banco do Estado do Paraná, além de membro efetivo da Comissão de Arrecadação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Marcela Brant, funcionária de carreira do BDMG, permanecerá como diretora executiva, sendo que os demais membros do colegiado serão anunciados em breve.