Prefeitura de Itabira deixa de fornecer suplemento para crianças especiais

Produto começou a faltar há mais de dois anos

  • NÃO PODEM FALTAR SHOWS E FESTAS NA CIDADE

15/11/2023 – A falta de um suplemento alimentar na Prefeitura de Itabira tem gerado sérios transtornos para crianças que dependem do uso do produto. Um destes é o Fortini, um suplemento que está em falta há mais de três meses. O produto é usado por crianças especiais e de baixa nutrição.

Brenda Fernandes de Oliveira é mãe de uma criança de oito anos que tem paralisia cerebral. Segundo ela, seu filho, assim como outras crianças que frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), precisa utilizar o suplemento todos os dias.
O produto vinha sendo fornecido pelo Governo Municipal, mas que de um período para cá, nos últimos dois anos, passou a faltar com frequência. De acordo com ela, o suplemento é imprescindível para o filho, que faz uso dele desde que nasceu. Apesar de ter diminuído a quantidade de uso e de estar inserindo outros alimentos na dieta da criança, a dependência do produto para a saúde e o desenvolvimento da criança ainda é grande.

Para não deixar a criança passar fome, ela conta que está dando comida normal para ela, mas se preocupa com a saúde do filho. “O suplemento, como o próprio nome diz, complementa as refeições, porque tem diversas vitaminas. Sem ele, o menino pode se enfraquecer, ficando vulnerável a doenças oportunistas. Brenda Oliveira disse que vai à prefeitura toda semana para saber se o produto já chegou.

“Eu precisei renovar o cadastro em agosto para pegar o suplemento e eles disseram que não tinha. Meu marido também já tinha passado lá (na prefeitura) antes e já não tinha. A moça disse que estava em falta e me disse para ficar ligando. Em agosto, disseram que estavam comprando, no mês passado falaram que estavam aguardando o fornecedor e agora não tem previsão”.

Apesar de ser encontrado em farmácias, a família não tem condições de custear o suplemento. Segundo Brenda Oliveira, ela até tem se apertado para comprar o suplemento, mas as condições não estão permitindo mais essa aquisição por conta própria.

A cada dois meses, ela disse que são consumidas 22 latas, que somaria R$ 1.550, valor inviável para a família que vive do benefício recebido pelo filho e um salário do pai. A renda somada mal dá para pagar o aluguel da casa que mora e demais despesas comuns, como mantimentos, água, luz e outros.

  • O outro lado
    O Folha Popular tentou ouvir a Prefeitura sobre o assunto, a assessoria de comunicação disse em contato telefônico que antes de se manifestar em relação ao assunto, teria que certificar se era a Prefeitura que fazia essa distribuição, ficando de se posicionar assim que obtivesse uma informação concreta. Até o fechamento desta edição, não foi dado retorno sobre o assunto.

Matéria publicada na edição 797 do Folha Popular