Pós-mineração de Itabira é tema de debate regional e ensino pode ser redenção

Cálculos apontam que o ápice da Unifei, com 10 mil alunos, representará receita anual de R$ 260 milhões ante R$ 120 gerado pela Cfem

FOTO: Prefeito Ronaldo Magalhães falou dos desafios da cidade

Itabira sediou nesta quinta-feira (27) reunião itinerante da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig). Prefeitos e gestores, recebidos pelo anfitrião, vice-presidente da entidade e prefeito de Itabira, Ronaldo Magalhães, discutiram as perspectivas do setor minerário no Estado. O ciclo de atividades ocorreu ao longo de todo o dia, incluindo painéis, palestras e a assinatura de uma carta propondo um pacto na chamada tripla hélice da inovação, em que universidade, indústria e poder público interagem para promover o desenvolvimento.

Vitor Penido de Barros, presidente da Amig e prefeito de Nova Lima, discursou na abertura do evento sobre os esforços do grupo para que as tragédias de Mariana e Brumadinho não se repitam. Entre eles está a cobrança para que a mineradora mantenha e cumpra seus compromissos ambientais e execute uma política de redução de danos.

Ronaldo Magalhães falou ao público em seguida. Ele vem cumprindo uma agenda para que saiam do papel os projetos para a diversificação econômica da cidade. Exemplo disso está nas obras de ampliação do campus da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e a busca por parceiros potenciais, como os executivos chineses, que já acenaram à possibilidade de investimentos em Itabira. “Temos projetos interessantes, projetos em tecnologia e mantemos o diálogo com parceiros para que tenhamos em breve mais alternativas e oportunidades”, disse.

A tônica do evento foi reforçada na apresentação de Ronaldo Lott, secretário Municipal de Obras, com estudo das aptidões da cidade a longo prazo. A educação é uma das principais vertentes. A Unifei tem hoje cerca de 2.500 alunos; com a expansão do campus estima-se que em 2028 a instituição receba 9.660 alunos.

A economia gerada pela expansão também é significativa: o impacto econômico da comunidade universitária saltaria de R$ 52 milhões para R$ 260 milhões anuais no mesmo período, ultrapassando, assim, uma das maiores fontes de receita do Município, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), que hoje arrecada aproximadamente R$ 120 milhões/ano.