Zema quer fechar a Rádio Inconfidência

Medida em estudo pelo Executivo ameaça mais antiga emissora do Estado e será tema de audiência na Comissão do Trabalho

Debater o já anunciado fechamento da Rádio Inconfidência AM e a situação de seus servidores. Esse é o objetivo da audiência pública que a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza nesta quinta-feira (11/4/19), às 17 horas, no Plenarinho I, atendendo a requerimento do deputado Celinho Sintrocel (PCdoB), presidente da comissão, André Quintão (PT) e Beatriz Cerqueira (PT).

“A Rádio Inconfidência é um patrimônio dos mineiros, construído pelos mineiros e pelos profissionais dessa rádio, que merecem todo respeito. O processo de extinção das AM’s acontece em várias rádios, mas temos de garantir, sobretudo, os direitos dos trabalhadores”, reforça Celinho Sintrocel, ao destacar a importância da audiência pública.

Crise – De acordo com informações divulgadas no portal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Minas Gerais (SJPMG), o fim da emissora, também conhecida entre seus fãs como “A Gigante do Ar”, por alcançar todos os 853 municípios mineiros, seria uma decisão do governador Romeu Zema para economizar recursos em virtude da crise financeira que o Estado atravessa. A rádio, cuja sede fica no Bairro Barro Preto, em Belo Horizonte, pode ser sintonizada no frequência de 880 khz do AM.

Neste processo, quase um terço dos servidores deve ser demitido, segundo informações do Sindicato. “O Sindicato informa que vai tomar todas as medidas legais para reverter essas demissões. Vai também atuar politicamente, por meio de audiências públicas e manifestações, para impedir o desmonte da emissora pública mineira”, afirma a direção de entidade, em seu site.

“A decisão mostra o desinteresse do governo pela comunicação pública e o desprezo pelos direitos dos servidores públicos. No começo do mês passado, ele cortou drasticamente o custeio da rádio, pondo em risco seu funcionamento”, alerta o Sindicato, no comunicado. No caso da demissão de servidores concursados, conforme alerta a entidade, é necessário primeiro a abertura de processos administrativos.