Casarão foi demolido em janeiro deste ano
12/04/2025 – O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) deverá prestar contas sobre a destinação dada aos materiais em condições de reaproveitamento que foram retirados do casarão demolido na rua Tiradentes, em Itabira. O vereador Luiz Carlos de Souza “Luiz Carlos de Ipoema” (MDB) disse que está enviando um ofício questionando e pedindo informações sobre material valioso que teria desaparecido.
O casarão histórico da rua Tiradentes, foi demolido em 15 de janeiro deste ano, devido à ameaça de desabar por causa de um desaterro irregular em um lote próximo. A demolição foi autorizada pela Justiça, após pedido de liminar pela Prefeitura.
O vereador disse que recebeu uma denúncia de que o casarão tinha em sua estrutura madeira de lei, que tem custo alto. E apesar de terem sido retiradas com cuidado para não serem danificadas, ninguém sabe para onde elas foram levadas.
Ele admitiu que ainda não tem nada de concreto sobre a denúncia, entretanto, enquanto fiscalizador municipal, prerrogativa de todo vereador, conforme adiantou, ele disse que cabe a ele e aos demais vereadores buscar informações para elucidar as dúvidas.
“Tudo que demanda recursos públicos, precisa ser feito de forma transparente”, afirmou.
No ofício, ele pede ao Executivo para confirmar se a informação procede e a quantidade desse material, bem como a sua destinação.
Além do possível sumiço da madeira, Luiz Carlos lembra que as obras iniciadas pelo governo, em sua maioria, foram paralisadas ou estão atrasadas e sem data de conclusão
Essa não é a única denúncia contra o governo recebida pelo vereador. Por se declarar independente, Luiz Carlos contou que tem recebido um volume muito alto de denúncias envolvendo o Executivo, o que ele atribui a falta de ações de manutenção da cidade.
Em quase quatro meses de trabalho, o vereador lamenta a falta de ações objetivas do governo, no novo mandato.
“Eu fiz o ofício. Nem estava atento a isso, mas me procuraram e eu já estou pedindo esclarecimentos. Tudo que chegar até a mim eu vou apurar. Isso [fiscalizar] é função do vereador”, lembrou.
Ele observa que a situação atual contrasta com ações que antecederam as eleições municipais. No ano eleitoral, Luiz Carlos lembrou que todo dia tinha o anúncio de uma obra. Entretanto, segundo observa, desde o pleito que reelegeu o prefeito Marco Lage a cidade parou de receber obras novas. As obras iniciadas, em sua maioria, foram paralisadas ou estão atrasadas e sem data de conclusão.
Ruas e avenidas que receberam pavimentação asfáltica a menos de um ano, já estão com buracos abertos. A quantidade de buracos pelas ruas da cidade e distritos, na opinião do emedebista, apontam para a motivação eleitoreira dessas obras que não foram retomadas.
“Na verdade, para mim está sendo 100 dias de nada. Em Ipoema e no Carmo está tendo aquela obra que parou no meio do ano passado e até hoje não deu sequência e está tudo parado. As ruas aqui dentro de Itabira, eu só vejo falar que também estão tudo buracos só. O prefeito que sempre criticou os outros prefeitos que vieram antes dele pela quantidade de buracos e continuam até mais buracos”, disse se referindo aos 100 dias da atual gestão.
Para Luiz Carlos, o problema pode estar nas escolhas do prefeito que deu preferência às atas em detrimento de processos licitatórios. Desconfiado, ele disse que ainda vai estudar cada projeto para descobrir o que estava por trás das atas de adesão.
“Saiu gastando rios de dinheiro com cópias de ata. Saiu copiando atas. Vou até verificar se tem alguma coisa errada”.
Luiz Carlos disse ainda que ouviu falar que o governo está tendo problemas financeiros para gerir os projetos da cidade, o que ele atribui ao desperdício do dinheiro público e favorecimento a amigos e familiares, com recursos da máquina pública, como, usar máquinas da Prefeitura para melhorias de terrenos particulares.
“As conversas que a gente vê no dia a dia aí é que o governo está economizando porque está sem orçamento, mas na gestão passada dele aí, estava jogando dinheiro fora. Festa é bom, mas ninguém vive só de festa”.
Essa questão de favorecimento, Luiz Carlos disse que já levou para o Ministério Público e está juntando provas para voltar a provocar os órgãos judiciais.
“Não tem máquina para melhorar os acessos da zona rural, mas ficava fazendo serviços particulares para parentes. Lá em Ipoema mesmo, eu fiz até denúncia no Ministério Público e vou voltar a procurar porque ele estava fazendo serviços para sobrinhos dele e hoje não temos uma máquina para tapar buracos na zona rural e nem nos distritos. Não está tampando nada. Tanto nos distritos, zona rural e Itabira”.
