“Toma vergonha na cara”, recomenda Heraldo ao presidente do Valério

Fala foi em resposta a ataques e xingamentos contra a Câmara feitas por João Mário de Brito (foto)

14/05/2024 – O ataque ao presidente da Câmara Municipal, Heraldo Noronha Rodrigues (Republicanos), pelo presidente do clube Valeriodoce e diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), João Mário de Brito durante a estreia do time itabirano na segunda divisão do Campeonato Mineiro de futebol, no dia 4, não passou impune no plenário. Heraldo Noronha classificou a atitude do presidente esportivo como falta de respeito e puxa-saquismo, e afirmou que embora goste do Valério, e apesar dos esforços que o Legislativo fez para ajudar o time, que o setor público não é obrigado a arcar com instituição privada.

Heraldo Noronha foi firme na repreensão ao comportamento de João Mario de Brito, que ocupa uma posição de respeito na sociedade itabirana, e mandou ele tomar vergonha na cara. Para o parlamentar as declarações feitas por João Mário tinham como objetivo único puxar saco do governo Marco Antônio Lage (PSB), onde ele ocupa cargo de confiança, no primeiro escalão, como diretor-presidente da Itaurb. “Foi uma forma de impressionar o chefe do Executivo”, disse Heraldo Noronha.

“A gente fala que um representante como ele, presidente da Itaurb, presidente do Valério (time oficial da cidade] e juiz de paz, falar umas palavras como as que ele falou só porque estava perto do governo, do Executivo, para puxar saco do Executivo. Ele devia ter vergonha na cara. Um homem velho, barbado, cabeça branca ficar puxando saco de governo. Isso que você fez é muito feio para uma pessoa que diz que representa muito para o itabirano”, disparou.

Heraldo lembrou ainda que, embora reconheça a importância do time e do estádio para Itabira, a Prefeitura não tem obrigação de mantê-lo, até porque se trata de uma organização particular. A relevância do Hospital Nossa Senhora das Dores, conforme fez questão de destacar, é muito maior para ele e todo itabirano, assim como é mais importante a Associação Oncoviva, o Lar de Ozanam e outras entidades que dependem de ajuda do Município para prestar o atendimento que oferece.

“Presidente, o recado está dado ao senhor. Para mim, o time do Valeriodoce não é mais importante que o Hospital Nossa Senhora das Dores. Você veio falar lenga-lenga lá no dia do futebol. Prepara o time, organiza. Se você quer um time decente, organiza. O time profissional é uma entidade particular. Não vem ficar batendo na Câmara não”, rebateu Heraldo Noronha.
O discurso do presidente da Câmara foi uma resposta às declarações ofensivas do presidente do Valério e da Itaurb, João Mário contra os vereadores da bancada de oposição ao prefeito, em reação tardia à demora da liberação do projeto de lei do Executivo que garantiu R$ 1 milhão para o time partir do campeonato mineiro. Vídeo com a fala do presidente do clube repleta de palavrões viralizou nas redes sociais.
Os palavrões em forma de declarações, surpreenderam até mesmo os vereadores, uma vez que João Mário de Brito já havia tentado se redimir por ter passado dos limites, conforme ele mesmo reconheceu, quando levou um grupo de torcedores para fazer arruaça em frente a casa de Heraldo Noronha, como forma de forçá-lo a pautar o projeto a tempo de iniciar o campeonato.
Demonstrando total descontrole e desequilíbrio, João Mario gritou por mais de uma vez em seu vídeo a palavra ‘foda-se’, se dirigido aos vereadores da oposição. “A palavra é essa: foda-se”, disse repetidas vezes na frente das câmeras da TV.
Todas as ofensas foram proferidas ao lado do prefeito, quando os dois estavam sendo entrevistados pela TV VEC, responsável pela retransmissão para o canal da Federação Mineira de Futebol (FMF). A entrevista aconteceu na arquibancada, ao lado de torcedores, durante o jogo.
O vereador José Júlio Rodrigues “do Combem” (PMN) também fez questão de mostrar sua indignação ao fato. Ele disse ter ficado ofendido e decepcionado com as declarações do presidente do clube, que foi seu professor.
“Eu sei que o processo (de tramitação e aprovação do projeto de lei de repasse de R$ 1 milhão da prefeitura para o Valério) foi um pouco doloroso, mas a dor que sentimos durante todo o processo foi o benefício do ganho em que todas as outras entidades também foram beneficiadas. Então eu gostaria de registrar ao senhor presidente [da Câmara] o meu apoio e dizer que também fiquei muito insatisfeito e muito ofendido por ouvir as palavras que ouvi dirigidas a essa casa”, lamentou o vereador.