“Pergunta pro TRT porque paralisaram apenas a Vale em Itabira?”, devolveu o prefeito Ronaldo Magalhães
Uma coletiva no auditório da Prefeitura de Itabira, na tarde desta terça-feira (9), para falar da pandemia da Covid-19 e paralisação parcial das atividades da Vale na cidade, com participação do prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB), do procurador Jurídico, Leonardo Rosa e secretária de Saúde, Rosana Linhares foi aberta em tom amistoso, com informações sobre manutenção do decreto, medidas de isolamento e números da Covid-19. Rosana Linhares foi a principal fonte de perguntas, se mostrando irredutível em relação a flexibilização ou relaxamento das medidas para evitar pandemia da Sars-CoV-2. “Itabira é exemplo devido termos hoje 504 casos confirmados e apenas duas pessoas internadas, uma delas em Belo Horizonte. Isso acontece porque as pessoas estão colaborando, e isso não pode mudar, caso contrário, corremos sérios riscos”, alertou, classificando como confiáveis os testes feitos pela Vale em seus empregados e positivo os afastamentos e paralisação das atividades da mineradora.
Secretária de Saúde, Rosana Linhares
Logo em seguida, a pauta ganhou foco econômico, sendo puxada por Ronaldo Magalhães, que demonstra preocupação com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que mandou a Vale manter fora de suas unidades em Itabira pelo menos 75% de seus funcionários após os testes rápidos para Covid-19, que detectaram, apenas nas primeiras baterias, mais uma centena de assintomáticos (aqueles que mesmo com o vírus, não desenvolveram doenças relacionadas).
O prefeito falou de números preocupantes em relação a paralisação e consequente queda catastrófica de receita, chegando a R$ 30 milhões nos primeiros meses. Se persistir até dezembro, vai inviabilizar a manutenção da máquina pública.
Questionado sobre uma possível Ação Civil Pública para derrubar a determinação do TRT, o procurador Leonardo Rosa informou que está agendada uma audiência com as partes envolvidas para quarta-feira, dia 18, mas que até sexta-feira (12), a situação deverá ser revertida.
No final do encontro, cogitou-se contradição entre a secretária de Saúde, Rosana Linhares, e Ronaldo Magalhães, pois ficou claro que a intenção do prefeito é entrar na briga para que a Vale volte a produzir em escala normal, o que significa fim da paralisação imposta pelo TRT. Rosana Linhares, logo no início de suas considerações, deixou claro que acredita nos testes rápidos da Vale e apoia a paralisação para evitar possível pandemia de cononavírus no Município e quebra do sistema de saúde.
Mostrando inquietude devido a direção da coletiva, Ronaldo Magalhães respondeu a um repórter; “pergunte ao TRT por que eles paralisaram apenas as unidades de Itabira, e não a mim”. Não Estou do lado da Vale, mas de Itabira”, completou.
Logo em seguida, a coletiva foi encerrada, sem direito a novas perguntas aos atores da entrevista devido ao distanciamento social.