Apesar da receita municipal privilegiada, o prefeito preferiu usar dinheiro emprestado para sua execução
Somente de juros o itabirano vai arcar com R$ 1,5 milhão
14/08/2024 – As obras de reforma e revitalização da praça Doutor Acrísio Alvarenga, região central de Itabira, deverão deixar uma dívida em torno de R$ 10 milhões para os próximos governos. Somente de juros, o itabirano vai arcar com R$ 1,5 milhão. O cálculo foi feito pelo vereador Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” (Republicanos) que buscou o contrato e histórico da obra em seus arquivos.
Inicialmente o orçamento para a reforma, que transforma o espaço em uma área de convivência com múltiplos serviços, era de R$ 5,9 milhões e subiu depois para R$ 8 milhões por meio de três aditivos. Apesar da receita municipal privilegiada [com mais de R$ 1 bilhão por ano], e de a Prefeitura ter dinheiro em caixa para bancar o serviço encomendado, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) preferiu usar dinheiro emprestado para sua execução.
Os recursos provêm de empréstimos contraídos pela Prefeitura junto à Caixa Econômica Federal (Caixa) da linha de crédito Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) voltado ao setor público. O empréstimo, de acordo com o contrato, deverá ser quitado em oito anos. Com juros e demais encargos, o Município deve pagar quase R$ 10 milhões.
“Quando a gente faz as contas, eu busquei também os contratos do Finisa, se a gente pega o contrato, ele vai aumentar aqui ao final de oito anos R$ 1,5 milhão. Então a obra está sendo feita com o recurso que tem em caixa, que poderia ter sido usado, com o Finisa, ela vai chegar a R$ 9,5 milhões”, calculou o vereador Rodrigo Diguerê.
Com o cálculo, Diguerê chama atenção para um endividamento do Município, que poderia ter sido evitado e que poderá deixar a Prefeitura em condição delicada em um futuro próximo.
Ele defende que a Prefeitura de Itabira, uma das mais ricas de Minas Gerais, que acumulou nesses três primeiros anos as maiores arrecadações de todos os tempos, não precisava se endividar para entregar o serviço no local.
“Vai gerar uma despesa prá frente que ela é desnecessária. Quer fazer, já está fazendo, vai entregar daqui uns dias, faça com recursos próprios, ainda em tempo, Marco Antônio, pegue dinheiro do seu caixa e pague a empresa com recursos próprios. Não fica usando esse dinheiro de empréstimo que vai ficar mais caro para a população itabirana”, recomendou Diguerê.
De acordo com o contrato inicial, a obra deve ser concluída em outubro, seis meses após o seu lançamento.