Empresário Carlos Alberto, assessor Frederico Barbetos, empresário Lucas Pires, pré-candidato Victor Cezarini e o advogado Lucas Torres
Pré-candidato a deputado estadual pelo partido Novo, o assessor especial de desestatização do governo Romeu Zema, o economista Victor Cezarini, esteve em Itabira nesta terça-feira (21), para conversar com empresários locais, lideranças municipais e imprensa. O objetivo da visita foi mostrar suas propostas de trabalho para a Assembleia de Minas e ouvir reivindicações.
A agenda começou na padaria e posto de combustíveis Família Pires, por volta das 9h30, onde ele se encontrou com os empresários Lucas Pires e Carlos Alberto e o advogado Lucas Torres. Durante sua estadia na cidade, ele e seu assessor, Frederico Barbetos, almoçaram com lideranças e se encontraram com representantes da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita), além de atender alguns órgãos da imprensa, em horários distintos.
Em conversa com o Folha Popular, Victor Cezarini declarou ter uma ótima proposta, não apenas para Itabira e a microrregião, mas também para Ipatinga, Governador Valadares e todos os brasileiros. “Eu tenho a melhor proposta de todas para a região de Itabira, para Ipatinga, Governador Valadares, Teófilo Otoni e para o Brasil, que é reduzir impostos”.
A redução de impostos como garantia de desenvolvimento é sua principal plataforma na corrida por uma cadeira na Assembleia de Minas. Ele defende a liberdade econômica e afirma que o dinheiro deve ficar no município de origem da arrecadação.
Segundo o economista, o atual sistema vigente no país é controlador. Em um cálculo já decorado, Victor Cezarini demonstrou os impactos dos impostos sobre os salários do brasileiro. A sobrecarga tributária afeta trabalhadores e empregadores, o que ele demonstra por meio desses seus cálculos.
Se contratado pela CLT [Consolidação da Leis do Trabalho], disse ele, um trabalhador com renda bruta de R$ 3 mil, custa ao empregador R$ 5 mil, mas o trabalhador, após descontos do INSS e Imposto de Renda, ficará apenas com R$ 2,6 mil. E desse valor, eles ainda devolvem para o governo pelo menos 35% no recolhimento de impostos e taxas sobre produtos e serviços.
Esse dinheiro gerado pelo cidadão trabalhador vai para Brasília e são os burocratas que decidem como e onde esse dinheiro será aplicado.
Na interpretação do político, isso é uma distorção de valores. “Quem trabalha paga impostos demais e quem manda no dinheiro é que absorve o dinheiro para terceiros”, lamentou ele, apontando para os benefícios e regalias pagas pelo trabalhador.
“O que eu defendo é as pessoas usufruírem livremente dos resultados do seu próprio trabalho”, afirmou ele.
Victor Cezarini destacou que a pesada carga tributária no país afeta o brasileiro de forma direta e indireta. E Minas Gerais é um dos estados com a maior carga tributária.
A diminuição dos impostos, ele alega que é a forma de garantir o desenvolvimento e a liberdade econômica. O economista afirmou que a alta tributação afugenta investidores, desestimula a geração de empregos e diminui a renda dos mineiros.
Os impostos sobre combustíveis e energia elétrica no estado estão entre os mais altos do país. O ICMS sobre a gasolina é de 31%, só ficando atrás do Rio de Janeiro, onde é 34%. Sobre a energia elétrica, o mineiro paga imposto de 30%.
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Regime de Recuperação Fiscal pode viabilizar redução de impostos
Victor Cezarini relatou que o governador Romeu Zema encontrou o Estado muito endividado e sem recursos. Somente a folha de pagamento consumia cerca de 80% do orçamento. O Governo de Minas está trabalhando para equilibrar as contas dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas até o momento os resultados são tímidos.
Neste primeiro mandato não foi possível regularizar a dívida do Estado com o Governo Federal, que está suspensa por meio de liminares. Diante disso, a conclusão do pré-candidato é de que para reduzir os impostos seria necessária a adoção do Regime de Recuperação Fiscal, que ainda não foi aprovado, conforme aponta, devido a interesses políticos e cortar custos, o que incluiria a venda de ativos.
“A gente tem que buscar uma profunda redução de impostos em Minas Gerais, mas isso iria afetar a arrecadação do Estado. O que viabiliza essa redução seria fazer o dever de casa. Então, defendemos o Estado focado no essencial”, argumentou Victor Cezarini.
Para isso, a outra proposta dele é focada na desestatização. Na opinião de Victor Cezarini as empresas públicas são mais engessadas e deficitárias. Não conseguem se manter.
É o caso da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A companhia não dispõe de recursos para investimento e o governo não tem mais condições de colocar aporte financeiro nela. Para se manter no mercado, a partir da privatização, essas empresas terão que oferecer qualidade para concorrer com as demais empresas privadas.
Na lista das privatizações, ele aponta ainda a Codemig, a Emater e outras. Além de parar de dar prejuízos, segundo ele, a desestatização obrigaria essas empresas a brigar pela competitividade.
Embora o seu plano de governo não cita a rodovia federal, a redução tributária é defendida por ele como uma tábua de salvação até mesmo para resolver a questão da BR-381. Mas para o Estado investir em estradas, precisa estar regularizado com a justiça financeira, o que implica na regularização da dívida, que segundo defende, passa pela a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal.
“Nós precisamos do Regime de Recuperação Fiscal para reduzir os impostos e nós precisamos do Regime de Recuperação Fiscal para investir nas estradas. “Temos que trabalhar pela redução de impostos, em paralelo com um programa forte de recuperação fiscal e financeira, para que o cidadão mineiro pague mais barato nos produtos que consome no seu dia a dia, seja na gasolina, na energia elétrica e tantos outros que são afetados pela quantidade de impostos”, alegou o economista.
Victor Cezarini é mineiro de Belo Horizonte. Concorreu ao cargo de deputado federal pela primeira vez em 2018, quando obteve 28.701 votos, se tornando o quarto mais votado do partido Novo em Minas Gerais, atingindo a segunda suplência. Após as eleições, a convite do governador Romeu Zema coordenou e participou da equipe de transição e depois assumiu a Secretaria de Fazenda. Mais tarde, foi transferido para a Assessoria de Desestatização da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, na qual trabalha atualmente.
Hoje com 32 anos de idade, ele inicia caminhada para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas.