Polícia Civil segue com investigação que culminou com prisão de dois advogados

Ao invés de agir para garantir os direitos das vítimas, os suspeitos se apropriavam dos valores que as mesmas recebiam nos processos previdenciários”, diz o delegado Almir Lugon

27/10/2024 – Na manhã deste sábado (26), a Polícia Civil deu cumprimento a três mandados de busca e apreensão na segunda fase da operação provérbios 21.6, que diz “A riqueza que é ganha desonestamente acaba logo e é uma armadilha mortal”.

O objetivo desta fase foi arrecadar documentos e demais elementos informativos para ampliar a investigação que resultou no cumprimento de mandados de prisão contra um homem de 38 anos e uma mulher, de 42. Os dois suspeitos são advogados e investigados pelos crimes de apropriação indébita majorada e organização criminosa. As prisões ocorreram na quinta-feira (24) em ação conjunta entre as polícias Civil e Militar de Minas e a Polícia Civil do Espírito Santo.

Prisões

O mandado contra o advogado foi cumprido em Ipatinga, ocasião em que o investigado tentou fugir de Caratinga ao saber que sua comparsa havia sido presa horas antes em Guarapari, no Espírito Santo. Para a efetivação da prisão, foi montado um cerco bloqueio nas rodovias que dão acesso à saída de Caratinga pela Polícia Militar, o que facilitou a localização do local onde o investigado estava escondido.

O suspeito foi encontrado em um motel nas proximidades da BR-458.

Dezenas de vítimas procuraram a Delegacia de Polícia Civil em Caratinga ao tomarem conhecimento de que os investigados se apropriaram de valores de ações judiciais em causas previdenciárias, montantes que as vítimas tinham direito. Os valores apropriados indevidamente superam a quantia de R$ 1 milhão.

Os investigados foram indiciados em diversos inquéritos policiais. Também na quinta-feira, o Ministério Público requereu a instauração de outros 30 inquéritos policiais.

Entenda o caso

Conforme apurado, o centro de advocacia dos investigados funcionava como um verdadeiro “escritório do crime”, uma vez que captava vítimas desde 2008 para ações previdenciárias. “No entanto, ao invés de agir para garantir os direitos das vítimas, os suspeitos se apropriavam dos valores que as mesmas recebiam nos processos judiciais, levantando os alvarás sem repassar os valores devidos”, observou o delegado Almir Fraga Lugon.

A Polícia Civil em Caratinga solicita que eventuais outras vítimas dos investigados procurem a 2ª Delegacia Regional de Caratinga para que a instituição possa instaurar os respectivos inquéritos policiais.