Vice-prefeito André Torres fez uma retrospectiva das ações desenvolvidas pela Secretaria de Esportes ao receber o Folha Popular na manhã de quinta-feira (28)
31/12/2023 – O vice-prefeito e secretário de esportes de Santa Maria de Itabira, André Lúcio Torres, fez um balanço das atividades da secretaria durante a última década, período que ele vem se mantendo, a maior parte, à frente da pasta.
“Hoje, em Santa Maria de Itabira, só não pratica esportes ou uma atividade física quem tem alguma comorbidade ou não quer”
Entre os principais investimentos realizados, o vice-prefeito destacou a implantação de atividades físicas e esportivas que visam atingir todas as faixas etárias de forma gratuita. “Hoje, em Santa Maria de Itabira, só não pratica esportes ou uma atividade física quem tem alguma comorbidade ou não quer. Inclusive, nossa equipe de profissionais vai até as comunidades para driblar a dificuldade de deslocamento dos moradores”.
André Torres destacou que o esporte é uma ferramenta importante para a formação de cidadãos. “O esporte ensina valores como disciplina, trabalho em equipe, respeito, ética e superação. Por isso, vejo como importante que as crianças e jovens pratiquem esporte desde cedo”, disse.
Os projetos realizados visando o bem-estar da população, também visaram, de forma estratégica, projetar Santa Maria de Itabira nos cenários estadual e nacional, levando para o município importantes competições. A movimentação reflete também na economia e no desenvolvimento da cidade, com diversos impactos positivos.
“Mesmo com todas as dificuldades e percalços de uma trajetória administrativa e política que todo governo pode passar, o balanço final é positivo”
Para viabilizar essas iniciativas, a Secretaria de Esporte e Lazer precisou trabalhar pesado, buscar recursos, parcerias e de muita criatividade e habilidade para elaboração das atividades. Na última década, o esporte local adquiriu relevância e passou a estar conectado com os mais importantes eventos esportivos regionais, estaduais e até nacionais, como Jogos Escolares, Jogos da Juventude, campeonato de mountain bike, trekking, entre outros. Mesmo com todas as dificuldades e percalços de uma trajetória administrativa e política que todo governo pode passar, o balanço final é positivo. Confira na entrevista.
André, conta pra gente o que fez você dedicar sua vida a essas importantes ações no universo do esporte, cultura e trabalho social?
Sou professor de educação física por formação e funcionário de carreira no Município como professor de educação física e já milito no esporte desde que me graduei. Trabalhei, também, no Estado por mais de 10 anos. Atuei com treinamento e competições a minha vida toda. Foi isso que me propiciou ser convidado para assumir a Secretaria de Esporte, oportunidade essa que me possibilitou desenvolver um trabalho mais amplo na área.
Num ponto dessa trajetória, veio a política e você se torou vice-prefeito. A política já fazia parte das suas intenções quando assumiu a gestão da Secretaria de Esporte?
Quando formei em educação física, meu propósito era trabalhar na área e, assim, iniciei minha carreira no colégio, trabalhei como professor na Escola Municipal Trajano Procópio e, em 2006, começamos o trabalho com uma equipe de handebol para atuar em competições. O destaque nessa área, acabou ocasionando o convite para atuar como Secretário Municipal de Esportes. Em 2016, surgiu o convite para engajar na política e, ao lado do companheiro de chapa, Reinaldo, com o apoio da população, fomos vitoriosos. No ano seguinte, além de me tornar vice-prefeito, também preferi-me na área esportiva como secretário para colocar diversos projetos em ação.
“Estar na política também, ampliou minha forma de entender e trabalhar mais ainda e de forma eficaz”
E hoje, como você enxerga essa integração entre o esporte e a política da cidade?
Minha certeza é que a política é importantíssima para o desenvolvimento de uma cidade em qualquer área. No esporte não é diferente, ainda mais que o setor trabalha em conjunto com as áreas de saúde, educação e assistência social, atuando de forma combinada para a melhoria da qualidade de vida da população. É extremamente importante o papel dos gestores – prefeito, vice e secretários – no desenvolvimento de políticas públicas, em todos os âmbitos, que possam atender as demandas de forma conjugada, sejam elas da zona urbana ou rural. Estar na política também, ampliou minha forma de entender e trabalhar mais ainda e de forma eficaz, no desenvolvimento permanente do esporte como um dos pilares da administração pública integrada.
“Nos Estados Unidos e muitos países da Europa, o esporte é parte importante do desenvolvimento de crianças e adolescentes”
No Brasil, o esporte nunca foi valorizado nas políticas públicas. Quando se pensa em corte, o esporte, a assistência social e a cultura são os primeiros a sofrerem os cortes. Mas na sua opinião, qual a importância desse seu trabalho para o setor?
Acho que muita coisa ainda precisa mudar no Brasil e a forma como lidar com o esporte não é diferente. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e muitos países da Europa, o esporte é parte importante do desenvolvimento de crianças e adolescentes, porta de entrada para universidades e, consequentemente, para a vida profissional. A valorização no segmento, mesmo que não venha plenamente do Estado ou União, promove a cidadania quando disciplina, ética, união, determinação e trabalho em equipe passam a ser enraizados desde a mais tenra idade. Inclusive, a oferta de atividades esportivas gratuitas atrai jovens e ajuda a afastá-los das drogas, do sedentarismo, da depressão e do isolamento. Com o esporte, qualquer área que o jovem seguir, ele leva os ensinamentos para uma vida em equilíbrio em todos os níveis. Investir no esporte precisa estar dentre as prioridades de qualquer governo.
Na sua opinião, o esporte pode ser ferramenta de desenvolvimento, também, de importantes áreas na gestão municipal?
Sempre busquei, na Secretaria de Esportes e Lazer, manter uma completa sintonia com o trabalho da educação, saúde e assistência social. Muitos projetos desenvolvidos por nós nascem dessa integração, de dados ofertados pelos segmentos, de necessidades derivadas do formato de nossa população na visão dessas secretarias. Então, a partir dos 5 anos de idade, o esporte já tem uma atuação importante responsável na vida do santa-mariense, se estendendo até a comunidade idosa, estejam eles na zona urbana ou rural. Essa relação conjunta proporciona melhoria nos resultados, ano após ano, além de auxiliar na qualidade de vida da população.
O investimento em esporte é visto como ferramenta de inclusão social e você sempre defendeu essa causa, balanço positivo de uma grande movimentação esportiva em Santa Maria, desde que você assumiu a pasta. Faça um resumo da sua gestão à frente da secretaria.
Desde o início, buscamos desenvolver projetos que pudessem entender a vocação esportiva das pessoas, ofertando atividades de iniciação que atendessem crianças, como já disse, desde os 5 anos de idade. Passamos a integrar também a comunidade rural nos projetos. Desenvolvemos ainda atividades que pudessem atender as outras faixas etárias, adaptando-os às necessidades que cada fase da vida demanda. Também colocamos Santa Maria no cenário estadual e federal passando a organizar eventos que se consolidaram no calendário das federações esportivas, como mountain bike e trekking. Com isso, passamos a obter frutos com o esporte como motivador do turismo, trazendo, anualmente, centenas de competidores do Brasil todo. Com uma grade de eventos produtiva e cada vez mais respeitada, crescemos no ranking para o recebimento do ICMS esportivo, que tem contribuído substancialmente para o custeio de nossas ações. Também temos investido no paradesporto, promovendo a inclusão de potenciais atletas com necessidades especiais. Nossa participação em eventos regionais e estaduais, com atletas locais, tem trazido grandes méritos para nossas equipes. O balanço é muito positivo, mas sabemos que podemos mais.
“O esporte é bem dinâmico e com potencial de atender as demandas mais diversas”
Dentre os projetos desenvolvidos pela secretaria, qual você considera de maior destaque?
É até difícil a gente destacar algo, porque cada projeto consegue atender de forma bem ampla o nicho para o qual foi desenvolvido. Atendemos as crianças com a iniciação esportiva; temos o Santa Maria Esportiva, que é a base dos esportes de quadra, como futsal, handebol, basquete e voleibol. Juntamente, trabalhamos também o badminton, peteca, atletismo e muitos outros. Vamos realizando, observando, fazendo ajustes e inserindo as modalidades conforme as parcerias, a disponibilidade de recursos e a adesão das pessoas. O esporte é bem dinâmico e com potencial de atender as demandas mais diversas. Todos os projetos se destacam entre seus adeptos.
O taekwondo, por exemplo, têm trazido frutos inéditos, inclusive, já tivemos grandes resultados. Nossas turmas participaram em duas competições em 2023, uma etapa do Campeonato Mineiro e a Copa Itabirana, com todos os nossos atletas retornando com medalhas. Isso é sinal que temos ótimo potencial e que nosso trabalho está no caminho certo.
Para fazer esse trabalho é preciso mobilizar as pessoas. Qual o segredo para atrair a atenção da comunidade para as práticas esportivas e culturais?
Estamos descentralizando as atividades, levando-as para próximo de onde as pessoas vivem. Por exemplo, temos um grupo do projeto “Saúde na Praça”, no alto da Vila Marília Costa. Isso influenciou demais na quantidade de participantes e nos incentivos pessoais que um estimula no outro, por serem vizinhos amigos, parentes. É assim na zona urbana e também na rural. Outra questão é a diversidade de esportes que buscamos oferecer, assim, cada um encontra sua referência e desenvolve sua melhor vocação.
E como é a adesão?
Bem, estamos sempre avaliando as demandas e criando novos núcleos à medida que a quantidade de participantes vai se consolidando. Hoje já atendemos a núcleos no Centro, Vila, Chaves, Barro Preto, Tatu e São Pedro, além de estarmos consolidando um núcleo na comunidade do Baú. Em números absolutos, atendemos mais de 400 crianças e adolescentes. Entre adultos e idosos, esse número chega a 300. O esporte tem sido democrático, revigorante e fonte de amizades, energia e integração para todas as idades e camadas sociais de nossa cidade.
Mas qual tem sido a maior dificuldade para manter e ampliar os projetos esportivos?
“Teremos, ao todo, 5 projetos custeados com recursos captados em 2023, oriundos dessas fontes”
A questão do financiamento sempre foi um fator imenso de dificuldade para promover o esporte, não só no âmbito municipal, mas também vemos isso a nível de estado e Brasil. O recurso é escasso. Mas não nos abatemos por isso, fomos desenvolvendo projetos que se enquadrassem dentro das fontes de financiamento esportivo existentes e hoje contamos com atividades custeadas pelos recursos do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente e Fundo Municipal do Idoso. Temos coletado financiamento da mineradora Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, e temos projetos com recursos estaduais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE). Teremos, ao todo, 5 projetos custeados com recursos captados em 2023, oriundos dessas fontes.
E qual o segredo para conseguir acesso a esses recursos?
Gestão: Projetos bem feitos, planilhas de custo bem elaboradas, objetivos claros sobre que público desejamos atingir, um bom elenco de parceiros para a realização. Por exemplo, temos um projeto lastreado na Lei Federal de Incentivo, em parceria com uma ONG da cidade de Timóteo. Ele está sendo patrocinado pela Vale. Também temos dois projetos aprovados na SEDESE: o de para desporto, em parceria com a APAE, e o Geração Esporte, que será novidade agora em 2024. Sem uma gestão rigorosa nos projetos e um portfólio de sucesso dos últimos anos, seria muito difícil garantir esses recursos.
Outra coisa importante é contar com uma equipe engajada, determinada e alinhada com os objetivos dos projetos. Ninguém faz nada sozinho, trabalhamos em conjunto para garantir que, além de pleitear os recursos e parceiros, consigamos ofertar eventos e projetos de excelência na qualidade técnica, na organização e no bem estar de seus participantes. Formar uma equipe competente e ciosa dos desafios é a parte mais fundamental para o sucesso de qualquer empreitada.
Bem, o seu foco na parte técnica é realmente importante, mas também tem o lado político como administração pública. Como manter o equilíbrio?
No esporte, a parte técnica é a mais importante, no desenvolvimento de projetos idem, mas a parte política é que te dá o gás para conhecer o que a população anseia e precisa. Quando desenvolvemos políticas públicas devemos deixar de lado o que gostaríamos de fazer e pensar em sintonia com a população: o que é que eles querem? Se houver esse diálogo com a população e com as secretarias básicas de atendimento, conseguimos chegar ao que tem realmente de ser feito, o que é necessário para atender as pessoas. Quando fazemos assim, automaticamente, conseguimos equilibrar as coisas.
E esse lado do Turismo Esportivo que você citou, o que tem trazido de positivo para Santa Maria?
“Quando desenvolvemos eventos de nível regional, estadual ou nacional estamos também movimentando a economia”
Estou convicto de que turismo esportivo e cultural são de extrema importância no desenvolvimento de qualquer cidade, ainda mais as pequenas, como é a nossa. Quando desenvolvemos eventos de nível regional, estadual ou nacional estamos também movimentando a economia. Hotéis lotados, aumento de vendas no segmento comercial e de serviços. Em setembro último, realizamos mais uma edição dos Jogos Abertos da Juventude (JOJU), recebemos cerca de 1.300 adolescentes e jovens de 11 a 18 anos, muitos deles com pais acompanhando. Durante uma semana, esse afluxo positivo promoveu um movimento financeiro atípico em diversos estabelecimentos da cidade. As provas de mountain bike, trekking, corrida de rua e até o campeonato de futebol amador potencializam a atividade extra nos mais diversos setores.
Além disso, nossa cidade passa a figurar nas redes sociais de forma positiva, à medida que atletas e familiares divulgam em seus perfis a passagem pelo município.
Por mais que o esporte se mostre uma atividade com influência em diversas áreas, como saúde, educação e desenvolvimento, tem sempre os críticos de plantão. O que dizer para eles?
Entre os críticos sempre há um consenso de que se gasta com esporte, não reconhecem os recursos utilizados como investimento. Quando o esporte é desenvolvido como política pública, como potencializador de saúde física e mental, como desenvolvedor social, como estímulo ao turismo e como fator de qualidade de vida como chamar isso de gasto? A Organização Mundial da Saúde sempre apontou que a cada R$ 1,00 investido em esporte, são economizados R$ 3,00 em saúde. Acho que esses dados, por si só exemplificam a importância do esporte, seja ele qual for, no dia a dia das pessoas.
Uma década como secretário de esportes… As experiências podem ser importantes para outras áreas da administração pública?
“Os bons frutos de um projeto da Secretaria de Esportes e Lazer não seriam possíveis sem a parceria constante das secretarias de Administração, Saúde, Assistência Social, Educação, Gabinete, Obras, Meio Ambiente, Procuradoria”
Os desafios enfrentados por qualquer secretaria são muito semelhantes e, à medida que vamos amadurecendo no setor público, reafirmamos que trabalho em equipe é o primordial fator de sucesso em qualquer projeto. Assim conseguimos alcançar os inúmeros objetivos, seja em que segmento for, unindo forças, ampliando as ideias agregando sugestões alheias e fazendo acontecer de forma conjunta. Os bons frutos de um projeto da Secretaria de Esportes e Lazer não seriam possíveis sem a parceria constante das secretarias de Administração, Saúde, Assistência Social, Educação, Gabinete, Obras, Meio Ambiente, Procuradoria… Enfim, o papel de todo gestor é conseguir estimular os seus parceiros a fazer com que, trabalhando e pensando em conjunto, os objetivos sejam alcançados: o bem estar da população. Não tenho dúvida que a experiência obtida depois dessa década não possa ser utilizada com sucesso em qualquer âmbito da administração pública.
Bem, já que falou em experiência, ela te propiciou algo em especial?
Os percalços nos tornam mais eficientes. Cada tropeço ao longo do caminho só deixa o próximo passo mais determinado, mais firme de propósito. Engana-se quem pensa que o ambiente da secretaria nos restringe. Para que os projetos fluam, passamos a conhecer cada processo dentro da administração pública, o funcionamento e dinamismo global do executivo. Não esqueça que nos últimos 7 anos também sou vice-prefeito do Município, participando em grupo das decisões mais importantes, como tudo que vivemos com a pandemia e o desastre natural vivido pela cidade, em 2021. Nos tornamos mais fortes, mais empenhados e dedicados.
E 2024, traz mais novidades?
Estamos trabalhando bastante para trazer mais coisas boas nesse novo ano. Estamos desenvolvendo um projeto para a criação de um portal da transparência do esporte. Esse portal vai possibilitar, inclusive o acesso aos campeonatos e atividades a serem realizadas, para interação real dos pais ou atletas. Ganhamos na aproximação com a população e na relação das pessoas com o esporte. Tudo para tornar Santa Maria cada vez mais uma estrela no segmento esportivo do país.