Karina Lobo e Flávio Pena têm depoimentos dispensados pela CPI

Comissão já tem material para fundamentar algumas suspeitas e dar corpo a um relatório

  • Ex-secretário desconhece que perdeu oportunidade de se defender

20/04/2024 – Depois de se esquivarem e ignorarem por diversas vezes em contribuir com os trabalhos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada para apurar suposta irregularidades na Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), desistiu de ouvir o ex-consultor da empresa, Flávio Pena Medeiros e a ex-diretora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) Karina Rocha Lobo, perdendo a oportunidade de se defenderem de possíveis acusações.

O foco das atividades dos vereadores agora está depositado na consolidação do relatório final, previsto para ficar pronto até o final deste mês de abril. O texto que apresentará as descobertas, apurações e recomendações da CPI está a cargo do vereador Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (Republicanos).

A comissão deverá compilar menos de 100 dias de investigações, depoimentos, recolhimento de provas e compartilhamento de informações, além de justificar a condição de investigado, mas satisfatório na opinião do relator.

Segundo Vetão, a comissão já tem material para fundamentar algumas suspeitas e dar corpo a um relatório. Entretanto, ainda estão listados para serem ouvidos dois empresários que prestaram serviço para a empresa pública em condição incomum. Os vereadores, porém, desistiram de ouvir o ex-consultor da empresa, Flávio Pena Medeiros.
“Os depoimentos têm sido muito contundentes. Trago aqui informações que vêm ao encontro das denúncias apresentadas”.

Flávio Pena estava listado desde janeiro, início dos trabalhos para depor. Ele, que também ocupou outros cargos no primeiro escalão da Prefeitura, não está mais na cidade e não atendeu aos convites do colegiado. Para o relator, como acusado, o interesse de esclarecer os fatos, deveria ser dele mesmo. Mas agora perdeu a oportunidade de se defender.
A ex-diretora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) Karina Rocha Lobo, é outra que teve o depoimento dispensado por se esquivar da prestação de informações. A intenção da CPI era apurar com ela a contratação feita pelo Saae da empresa para desassoreamento da Unidade de Tratamento de Resíduos (URT) da Estação de Tratamento de Água (ETA) Pureza. Já Flávio Pena foi arrolado no processo para explicar a contratação da empresa Ultra Engenharia, da qual o seu irmão Bráulio Pena é sócio.

“Dispensamos o depoimento de alguns membros que foram requisitados, levando em consideração as várias oportunidades que nós demos, a falta de interesse. Nós vamos tomar nossa decisão diante daquilo que nós conseguimos disponibilizar. O direito do contraditório foi disponibilizado”, disse Vetão.

Os dois últimos depoimentos estavam previstos para esta semana e foram adiados para a próxima. Depois disso, os vereadores darão início a análise e formatação dos dados para montar o relatório.

Embora garanta que as apurações estejam muito consistentes até aqui, Vetão optou pela prudência e preferiu não adiantar qualquer resultado. Mas as expectativas são as melhores, em sua opinião. “A gente está caminhando todo e qualquer posicionamento. É precoce ainda. A gente tem o respeito sempre do contraditório. A gente não quer criar nenhuma situação, quando de fato chegar esse relatório, mas estamos satisfeitos”, disse.

Para ser aprovado, o relatório deverá receber o voto favorável da maioria dos membros da CPI, integrada por três titulares: Weverton Leandro Santos Andrade (Relator); Sidney Marques Vitalino Guimarães (Vogal); Neidson Dias Freitas (suplente); Rosilene Félix Guimarães (suplente) e Roberto Fernandes Carlos de Araújo (suplente).

A partir disso, a comissão enviará o relatório final aprovado à mesa da Câmara, para conhecimento e providências do plenário.

Ex-secretário desconhece que perdeu oportunidade de se defender

22/04/2024 – A reportagem do Folha Popular recebeu, no final da tarde deste domingo (21), ligação do ex-consultor da Itaurb, Flávio Pena Medeiros. Ele disse estar surpreso em relação as informações apontando que ele teria perdido a oportunidade de se defender de possíveis acusações da CPI, nomeada pela Câmara Municipal para investigar a empresa.

“Foi com um enorme espanto que li a reportagem sobre a dispensa do meu depoimento na CPI da Itaurb. Surpresa maior foi ler o trecho que eu perdi a oportunidade de me defender como acusado. Ora, nunca fui acusado de nada, mesmo porque não tinha qualquer representatividade legal na Itaurb. Recebi 3 ou 4 convites e não intimações para ajudar na elucidação dos fatos, porém, as agendas não coincidiram. Sugeri, reiteradas vezes, que a CPI poderia me enviar as perguntas por escrito mas, pelo jeito, não aceitaram minha sugestão e agora criam retóricas falsas. Por que isso? Repito, nunca fui acusado de nada”, disse.