Governo Marco Lage tenta rotular greve nas creches como eleitoreira; associação desmente

Greve foi deflagrada após mais de um ano em negociação com o governo

12/07/2024 – Com as atividades suspensas desde segunda-feira (8), em razão da greve dos monitores e professores, a diretoria da Associação de Proteção à Infância Nosso Lar, que mantém três creches em Itabira, soltou uma nota se defendendo da acusação de estarem se aproveitando do ano de eleições para fazer greve. De acordo com a nota, membros do Governo Marco Antônio Lage (PSD) estão usando meios de comunicação para dizer que a greve é ilegal e ainda acusam a instituição de estar fazendo um movimento com interesse político eleitoral. A nota afirma que apesar do movimento ser legal, a instituição não tem influência sobre a decisão dos trabalhadores e nem poder de encerrar a greve por eles.

Por meio da nota, a associação reitera a motivação dos monitores e educadores terem decidido pela greve, esclarecendo que o movimento tem amparo legal, tanto é que não sofreu intervenção da Justiça.

O texto explica os princípios da associação e afirma que a instituição não tem nenhum vínculo político com nenhuma das esferas governamentais, além de sua diretoria ser composta por voluntários sem ideologia religiosa ou vínculo político municipal, estadual ou federal.

Os servidores reivindicam reposição e isonomia salarial. Eles reclamam de grande defasagem salarial na comparação com salários pagos a funções idênticas como de monitores e auxiliares de creches mantidas pelo Município e escolas particulares da cidade.

Os baixos salários, além de causar grande perda de funcionários, estão afastando possíveis interessados nas vagas deixadas em aberto, conforme a nota. O resultado é prejuízo na assistência às crianças.

Antes de recorrer à greve, a instituição lembra no texto que os trabalhadores tentaram todo tipo de acordo com a Prefeitura por mais de um ano, sem qualquer contrapartida. Na última terça-feira (9), em reunião com representantes da Administração Municipal, a associação tentou, mais uma vez, negociar em vão e ainda foram ameaçados de corte do convênio mantido entre a Prefeitura e a Associação de Proteção à Infância Nosso Lar.

A diretoria esclarece ainda que a decisão da greve é dos funcionários e que a instituição não mantém qualquer influência ou poder de decisão sobre ela, mas que está aberta ao diálogo.

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