Questão das prostitutas também movimentou a sessão:
“Eu acho que prostituta não está só em Brasília. Tem muita prostituta aqui em Itabira. Mas pode ter muita certeza que eu sou um cara de guerra. Pode vir pra cima de mim, pode criticar, que é zero grama”, disse o presidente Carlin Sacolão Filho (dir.)
30/04/2025 – Engasgados pelas críticas que movimentaram as redes sociais durante o mutirão para emissão da Carteira de Identidade ocorrido no último final de semana (sexta-feira, 18 e sábado, 19), devido o tumulto e tempo de espera pelo cidadão na ocasião, os vereadores usaram boa parte do tempo da sessão desta terça-feira (29) para devolver os desaforos em desabafo e responsabilizar o Governo do Estado pelo problema causado.
Tudo começou com a discussão de uma moção de aplauso aos 12 policiais civis que vieram de Belo Horizonte para a realização do mutirão. É exigência do estado que a carteira seja emitida por servidores de carreira e capacitada em curso específico da Polícia Civil. Apenas três funcionários que atendem o setor na Câmara Municipal correspondem às exigências, conforme explicou o presidente, vereador Carlos Henrique Silva “Carlin Sacolão Filho” (Solidariedade).
De acordo com ele, a grande procura já era esperada, considerando a demanda e condições do município. Embora a Câmara tenha cedido o espaço para a realização do mutirão, o serviço é de responsabilidade do Governo de Estado, o que na interpretação dos vereadores escancara a ineficiência do Estado para atender o Município.
Foram dois dias de força-tarefa, unindo servidores da Câmara aos do estado, na tentativa de reduzir a fila de espera. Apesar de ter sido divulgado que o atendimento seria controlado por meio de senhas, as pessoas foram para a frente do prédio legislativo de madrugada, formando filas extensas. O horário de atendimento era das 8h às 17h e o resultado foi uma chuva de críticas na internet apontando descaso e desrespeito aos cidadãos por parte dos vereadores.
“Aqui, já queria abrir um parêntese e dizer que a identidade é obrigação do estado. Nós, vereadores, cedemos o espaço e a estrutura para que fosse feito o mutirão”, enfatizou Carlin Filho, em respostas às críticas
As acusações não surpreenderam os vereadores. Mas eles fizeram questão de rebater em discursos sarcásticos que dominaram boa parte da sessão parlamentar.
“Não é novidade que o vereador aqui seja alvo de críticas todo dia. Mas é como eu falo, a crítica pesa zero grama. E de onde ela vem não interessa. A gente tem que seguir o nosso caminho, a nossa marcha, e olhar pra frente, porque as pessoas que são beneficiadas aí, é que são nosso objetivo”, disparou o presidente.
A críticas foram atribuídas a pessoas que, na visão dos vereadores, se escondem atrás das redes sociais na tentativa de extorsões contra o Legislativo e seus vereadores, como no caso da denúncia feita por um dos vereadores contra os colegas e veiculadas em um programa de rádio acusando os vereadores de contratarem prostituta com dinheiro público nas viagens à Brasília. Inconformado com os apontamentos, o presidente ainda mandou um recado para esses críticos.
“Eu acho que prostituta não está só em Brasília. Tem muita prostituta aqui em Itabira. Mas pode ter muita certeza que eu sou um cara de guerra. Pode vir pra cima de mim, pode criticar, que é zero grama. Não vai ter nenhuma extorsão dentro desta casa enquanto eu estiver aqui. Isso aí, prostituta é o que mais tem. Mas do que em Brasília, prostituta tem aqui, muita prostituta. Mas não vai ser de qualquer forma que vai conseguir alguma coisa dessa casa”, disparou.
O assunto das prostitutas foi levantado pelo vereador Heraldo Rodrigues Noronha (Republicanos) ao rebater as acusações sofridas recentemente por parte de um colega, repercutida por um radialista da cidade.
Heraldo Noronha foi acusado de pegar diária para ir a Belo Horizonte e não ter ido. A denúncia de irregularidades, também envolveu os demais vereadores em supostas contratações de prostitutas em Brasília.
A falta de disposição ou competência para fazer, também foi argumento muito usado para rebater as críticas.
“E nós temos o culhão de vir e a vontade de fazer o que muitas pessoas não conseguem ou não querem fazer. Ficam atrás das redes sociais criticando, mas não dão a cara a tapa pra vir fora das redes sociais falar”, pontuou o vereador Bernardo de Souza Rosa.
O que impressionou os vereadores, é que mesmo tendo sido divulgado que a responsabilidade da emissão do RG é da Polícia Civil, o delegado ou policiais foram citados nas críticas.