“A vaidade é muito grande para aceitar que existia uma Itabira antes dele”, aponta Neidson Freitas
“Acho que é hora da população pensar, analisar aí o que está acontecendo e fazer sua reflexão”, propõe Rose Félix
11/09/2024 – A crise hídrica em Itabira tem como principal causa a vaidade do prefeito Marco Antônio Lage (PSB). Por não conseguir mudar o nome do projeto criado pelo seu antecessor na Prefeitura e sem um outro que o substituísse com a mesma eficiência, o prefeito atrasou a execução do projeto permitindo que a situação chegasse ao ponto em que chegou. Essa é a conclusão do vereador Neidson Dias Freitas (MDB).
O vereador, que é candidato a prefeito, se referia ao projeto de captação de água do rio Tanque. Além de garantir o abastecimento total de Itabira pelos próximos 30 anos, o projeto foi deixado pronto pelo último governo e com financiamento garantido de 30 milhões de dólares, perto de R$ 170 milhões. Em Termo de Ajustamento assinado com o Ministério Público Estadual, a Vale se comprometeu a pagar pelas obras. A única pendência era o licenciamento. Marco Antônio perdeu o prazo, com a exigência de rediscutir o que já estava garantido.
“E sabe porquê que está atrasado, porque essa é uma das ações [que o prefeito] quis rever, repaginar, mudar o nome. Mudou o formato para dizer que era o pai da criança. A vaidade é muito grande para aceitar que existia uma Itabira antes dele. Que as pessoas trabalharam pra trazer Itabira até aqui, com vários projetos e ele paralisou alguns, atrasou outros e os que eram bons, ele mudou o nome pra querer se intitular dono de algo novo”, ressaltou Neidson Freitas, ao comentar a seca em Itabira.
“A falta de água envolve o futuro e o desenvolvimento da cidade”, disse Rose Félix
A escassez de água em Itabira voltou a centralizar os debates da Câmara Municipal, nesta terça-feira (10). Vereadores apresentaram novas denúncias apontando para a falta de ações consistentes para resolver o problema da cidade. A Serra dos Alves, localidade que sempre se favoreceu da abundância de recursos hídricos, experimenta pela primeira vez do desabastecimento provocado desde a inauguração da obra de instalação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) para atender pousadas e as casas. Fato é que agora faltam água nas residências e clientes nas pousadas.
A preocupação com a escassez de água na cidade vai muito além do período de seca, conforme enfatizou Rosilene Félix Guimarães “Rose” (PSD), candidata a vice-prefeita. Envolve o futuro e o desenvolvimento da cidade. Sem água, a vereadora afirma que nenhuma empresa vai querer investir em Itabira. Diante desse problema ela propõe ao itabirano uma reflexão.
“Acho que é hora mesmo da população pensar, analisar aí o que está acontecendo e fazer os seus movimentos. Cada um faz sua reflexão. E fazer o seu protesto individual, porque do jeito que está, está muito complicado e é muito sério. Pode parecer que não é, mas essa providência paliativa vai durar até quando?”, questionou ela.