CPI questiona Passanezi sobre plano para privatizar Cemig

Foto – Comissão Parlamentar de Inquérito ouve, na condição de testemunha, Reynaldo Passanezi Filho, diretor-presidente da Cemig

Presidente da estatal admite à comissão ter passado pelo crivo do Partido Novo antes mesmo de conhecer o governador

O papel do diretor-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Reynaldo Passanezi Filho, na suposta estratégia de desmonte e descrédito da empresa com o objetivo de viabilizar politicamente a sua privatização, deu o tom da maioria dos questionamentos feitos nesta sexta-feira (11/2/22) ao executivo. Ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para investigar possíveis irregularidades na gestão e o uso político da estatal.

Diversos deputados questionaram a racionalidade e a legalidade de uma série de decisões administrativas em que o depoente esteve envolvido, a começar por sua escolha pela Exec, empresa de headhunter (seleção de executivos) supostamente ligada a dirigentes do Partido Novo, o mesmo do governador Romeu Zema.

Ao responder aos questionamentos do relator da CPI da Cemig, deputado Sávio Souza Cruz (MDB), o presidente da estatal admitiu que, por orientação da Exec, teve de se submeter a uma entrevista ao empresário João Amoêdo, fundador e candidato a presidente pelo Novo em 2018, antes mesmo de ter suas credenciais checadas pela Cemig e ter conhecido o governador.

Uma das principais linhas de investigação da CPI da Cemig dá conta de que Reynaldo Passanezi seria apenas um preposto para romper resistências internas e externas e pôr em prática o plano do governo estadual de privatizar a estatal, conforme intenção exposta em diversas manifestações públicas do governador.