Registros feitos nesta terça-feira (3), mostram que o rio mantém grande volume de água. Conforme vereador, projeto de captação foi paralisado em 2021
03/09/2024 – A reportagem do Canal VAR visitou nesta terça-feira (3) a região de Serra dos Alves, território de Itabira, onde nasce o rio Tanque, apontado como a saída para resolver o problema do abastecimento de água na cidade por pelo menos 30 anos.
Rio segue com grande volume de água mesmo neste período de seca
Conforme fotos e vídeos, mesmo neste período de seca, o rio Tanque segue com seu grande volume de água, formando a cachoeira do Bongue (queda de aproximadamente 80 metros), a cachoeira dos Marques, a cachoeira da Boa Vista, passando por Senhora do Carmo, Santa Maria de Itabira, onde se encontra com seu principal afluente, o ribeirão Jirau, e por fim, na região de Ferros, onde deságua no rio Santo Antônio.
Contudo, em 2021, o projeto de captação de água neste rio foi parcialmente paralisado a pedido do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), nos primeiros meses do governo, alegando necessidade de rediscutir os estudos para possíveis ajustes, conforme lembrou o vereador Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” (MDB) durante reunião na Câmara Municipal em agosto deste ano.
Como se não bastasse, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente também aderiu à ideia e solicitou da Vale mais informações complementares sobre o projeto.
Pelas novas previsões, a nova unidade só deve entrar em operação em 2026.
- Críticas
Em meio às críticas, o prefeito Marco Antônio Lage gravou vídeo com a secretária de Estado de Meio Ambiente, Marília Carvalho de Melo, na sexta-feira (30), anunciando, a entrega de um ofício solicitando que a captação no rio Tanque seja considerada de utilidade pública estadual. No vídeo, o prefeito anuncia, após quatro anos, ser este um avanço para o início das obras.
- O projeto
Vale assinou acordo para repasse de 30 milhões de dólares para a obra em agosto de 2020
Todo o trabalho para tornar a captação realidade ganhou contornos de certeza em 13 de agosto de 2020, há 4 anos, quando a Vale assinou com a Prefeitura de Itabira o termo de compromisso para a execução do projeto de captação de água bruta do rio Tanque, com a finalidade de ampliar o sistema de abastecimento de água potável do município com média de 600 litros de água por segundo, garantindo abastecimento adequado por até três décadas.
Pelo acordo, a mineradora disponibilizou 30 milhões de dólares (aproximadamente R$ 168,3 milhões na cotação de hoje) e sua execução deveria durar dois anos.
O projeto foi proposto pelo Município, ainda em 2019, sob a forma de compensação e ação mitigadora de impactos da atividade mineradora da empresa na cidade. O legado desta ação deveria concretizar a solução para o abastecimento de água em Itabira e, na época, foi considerado como uma vitória da população.
Já as diretrizes que balizam a obra constam em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) definido entre Vale, Prefeitura Municipal, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e Ministério Público de Minas Gerais, através da atuação direta das promotoras Giuliana Talamoni Fonoff e Andressa de Oliveira Lanchotti.
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