Em debate da Comissão do Trabalho, deputados e sindicalistas cobram medidas por mais segurança e maior valorização dos trabalhadores
14/07/2023
Precarização geral das condições de trabalho, negligência no treinamento de trabalhadores, terceirização de operações sem critérios, aumento dos acidentes com subnotificação dos casos, redução de bases de operação, de postos e na qualidade geral do atendimento à população, intransigência nas negociações com as entidades sindicais e, acima disso tudo, uma suposta estratégia de sucateamento pela atual gestão visando viabilizar politicamente a privatização.
Esses foram alguns dos supostos problemas atribuídos à atual direção da Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig) denunciados por sindicalistas que participaram da audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (13), pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A maioria dos temas discutidos na audiência, inclusive, foram abordados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Cemig) conduzida na última legislatura e cujas conclusões foram lembradas pelos deputados.
A audiência pública atendeu a requerimento do presidente da Comissão do Trabalho, deputado Betão (PT), que coordenou os debates, atendendo a uma solicitação do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG). Além da audiência na ALMG, o Sindieletro também promoveu paralisação e ato público dos funcionários da Cemig em defesa da empresa e de seus trabalhadores nesta quinta (13).
“Tudo o que está sendo lembrado nesta audiência está relacionado também com a reforma trabalhista, que mudou a legislação e permitiu, por exemplo, o aumento dos casos de trabalho análogo à escravidão, inclusive em empresas terceirizadas da Cemig, e dos acidentes de trabalho”.
Relator da CPI da Cemig, Professor Cleiton (PV) criticou a ausência do Ministério Público na audiência e cobrou do órgão as medidas recomendadas no relatório final da investigação. “Por tudo que apuramos, a morte do Gabriel era uma tragédia anunciada”, disse.
Na mesma linha, Beatriz Cerqueira (PT) também lembrou as supostas irregularidades investigadas pela CPI. “Como eles ainda não conseguiram avançar na privatização começaram a operar interesses econômicos por meio da Cemig”, afirmou.
Segundo ela, a atual direção da Cemig tenta culpar os sindicatos pela própria intransigência, sugerindo a intervenção da ALMG para a retomada e mediação do diálogo entre empresa e trabalhadores por melhores condições de trabalho e remuneração mais justa.