Cemig é criticada por quedas de energia no interior do Estado

Parlamentares em Plenário observaram minutos de silêncio em homenagem a empresário detido na Papuda e a presidente de associação de deficientes

Após meses assistindo calados as determinações questionáveis do STF, deputados de Minas criticam também prisões e morte pelo 8 de janeiro

29/11/2023 – As frequentes quedas de energia em municípios do interior do Estado provocaram críticas à Cemig durante a Reunião Ordinária desta terça-feira (28) no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Durante os pronunciamentos na tribuna, os parlamentares também comentaram sobre o Regime de Recuperação Fiscal, conscientização sobre o câncer de próstata e a morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos detidos pela participação na invasão dos prédios dos três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

As críticas à Cemig partiram do deputado Elismar Prado (Pros), que relatou diversos casos de quedas de energia em municípios do interior, principalmente em Uberlândia (Triângulo Mineiro). Ele atribuiu os blackouts à incompetência da Cemig, estendendo as críticas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “A Aneel, que devia fiscalizar, não faz nada”, protestou Elismar Prado.

O deputado também cobrou mais investimentos do Governo do Estado em campanhas e políticas para conter o crescimento do número de casos de câncer de próstata em Minas Gerais. “São 71 mil novos casos de câncer de próstata por ano”, lamentou Elismar Prado.

A pedido do deputado Caporezzo (PL), o Plenário também observou um minuto de silêncio em homenagem a Cleriston Pereira da Cunha, empresário que estava detido no presídio da Papuda, em Brasília, em decorrência da participação na invasão dos prédios dos três Poderes da República, em janeiro deste ano.

O deputado Caporezzo criticou a prisão de Cleriston e de outros participantes da invasão, e lembrou a realização de manifestação no dia 26 de novembro, na Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto pela morte do empresário. “Que abolição violenta do Estado democrático de direito é essa, se não havia armas?”, questionou Caporezzo.

O deputado Bruno Engler (PL) também criticou a prisão de Cleriston da Cunha, a quem considera uma vítima de autoritarismo judicial. “Por diversas vezes ele passou mal no cárcere, por isso a Procuradoria deu parecer para que ele fosse mantido em prisão domiciliar”, declarou o deputado. Bruno Engler também criticou a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga no Supremo Tribunal Federal.

Outro minuto de silêncio foi observado pelo Plenário em homenagem ao presidente da Associação dos Deficientes do Oeste de Minas, Carlos Roberto da Silva, que faleceu no hospital São João de Deus, em Divinópolis (Centro-Oeste). A solicitação da homenagem partiu da deputada Macaé Evaristo (PT).

O deputado Leleco Pimentel (PT) criticou o comportamento do governador Romeu Zema com relação à renegociação da dívida do Estado com o governo federal. Ele considerou o governador omisso por não ter buscado uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal. “Deputados da base estão constrangidos. Agora eles têm que protelar, distribuir avulso e adiar a discussão. As pessoas não sabem para onde vão, porque não há liderança política em Minas Gerais”, criticou o deputado.

Por fim, em aparte, o deputado Duarte Bechir (PSD) declarou sua adesão ao movimento “BR-354 juntos pela vida”, que realiza uma campanha por obras que reduzam os acidentes nesta rodovia, no trecho entre Perdões (Sul) e Formiga (Centro-Oeste). O deputado disse ter perdido uma sobrinha há quatro anos, em acidente nesta estrada.