Candidatos partem para o corpo a corpo a 3 semanas das eleições

Com tempo de campanha reduzido conforme legislação, de 90 para 45 dias, a disputa por votos promete ser mais agitada nestes 24 dias que antecedem as eleições, no domingo, dia 7 de outubro. Número de indecisos, conforme pesquisa nacional, mostra que eleitores estão desconfiados das propostas e dos candidatos

A três semanas das eleições que escolherão, ou manterão, representantes políticos nas esperas estadual e federal, a reportagem do Folha Popular apresenta levantamento inédito referente ao processo eleitoral e o perfil dos candidatos de Itabira e daqueles que buscam votos na cidade que ostenta o maior colégio eleitoral do Médio Piracicaba e Espinhaço, com mais de 90 mil pessoas aptas a ir às urnas. Neste levantamento, feito por meio do site do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) não são apresentadas propostas dos postulantes, as quais poderão ser conferidas em páginas eletrônicas de cada um.

O primeiro a ter a carreira política esmiuçada é o atual deputado estadual Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho”, que busca a reeleição pelo PDT. Empresário e produtor rural, natural de São Gonçalo do Rio Abaixo, ele iniciou sua carreira política na década de 1990, como vereador e presidente da Câmara de sua cidade e, entre 2005/2008 e 2009/2012, assumiu a Prefeitura. No ano de 2014 foi eleito deputado estadual também pelo PDT, com 55.590 votos, (20.601 apenas em Itabira) sendo o 43º mais votado entre as 77 vagas. Na coligação, Nozinho ficou com a antepenúltima vaga.
Nos quatro anos como deputado, o destaque foram as emendas para destinação de verbas, veículos e equipamentos para as cidades do interior.

O também atual deputado estadual, empresário e pecuarista monlevadense Tito Bruno Miranda Torres Duarte “Tito Torres” (PSDB), é outro que busca votos em Itabira para sua reeleição ao segundo mandato. Filho do vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), conselheiro Mauri Torres, Tito iniciou sua carreira política ao ser eleito em 2014 com 58.670 votos (1.887 obtidos em Itabira). Por ser oposição declarada, o parlamentar não teve atenção à altura quanto a destinação de verbas e equipamentos para satisfazer desejos de prefeitos aliados, mas, ainda sim, nutre de grande prestígio político sob o aporte do pai.

Prata da casa, o itabirano Bernardo Mucida Oliveira (PSB) entra para sua primeira disputa ao cargo de deputado estadual. Sua trajetória política teve início em 2008, quando colocou seu nome para avaliação ao cargo de vereador, obtendo 733 votos, não sendo eleito. Em 2010 o advogado e cientista político emplacou seu nome ao cargo de deputado federal, obtendo 7.556 votos, também não sendo eleito. Em 2012 disputou novamente o posto de vereador por Itabira, desta vez, eleito com 1.305 votos, o sétimo mais votado. Seu mandato ficou marcado pela linha de oposição ácida ao governo na época. Em 2016, Mucida concorreu à Prefeitura de Itabira, conquistando 27.375 votos, 40,73% dos votos válidos, ficando em segundo lugar. Dez anos depois de sua primeira disputa por votos, Mucida encara agora o desafio estadual.

Ainda por Itabira, concorre a cadeira à Assembleia Legislativa de Minas, Camila Sgarbi Araújo, pelo Pros. Esta é a primeira disputa eleitoral da candidata, que nasceu na cidade e tem 38 anos. Ela é conselheira em dependência química e defensora de políticas públicas que tornem o país melhor, com igualdade para todos.

Aos cargos de deputado federal de Itabira estão Elias dos Reis de Lima, pelo PMN, Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê”, pelo PRTB, Antônio Fernandes Gonçalves da Silva “Toninho da Pedreira”, pelo PPS e Reinaldo Soares de Lacerda, pelo PHS. Estes postulantes disputam três das 53 vagas destinadas para Minas Gerais do total de 513 que compõem a Câmara Federal. Veja perfil de cada um em box, exceto Reinaldo Lacerda, que será apresentado na próxima edição.

Já os nomes a federal de outras cidades, os destaques vão para o ex-deputado federal por dez mandatos, que tenta retornar a vida pública, o alvinopolense de 79 anos, José Santana de Vasconcellos Moreira, que concorre pelo PR, o atual deputado federal que busca a reeleição pelo PSDB, o viçosense Rodrigo de Castro e também o deputado federal, pelo PR, o belorizontino Lincoln Portela, entre outros, que vão conquistar votos em Itabira por receber apoio de políticos tradicionais da cidade, indo contra um movimento velado que busca conscientizar o eleitor a optar por candidatos prata da casa.

Quociente eleitoral

Em 2014, estavam aptos a votar em Minas Gerais 15.248.681 eleitores. Deste total, foram apurados 12.186.182 votos, sendo 10.123.030 válidos. Este volume de votos válidos determinou um quociente eleitoral (Q.E.) de 135.128 votos para cada uma das 77 cadeiras de deputado estadual e 190.918 votos para cada uma das 53 cadeiras de deputado federal de Minas nas eleições de 2014.
Para chegar a estes quocientes eleitorais, basta dividir o número de votos válidos (10.123.030) às vagas a Assembleia de Minas (77) e às vagas na Câmara dos Deputados (53).

A cada Q.E. uma vaga é conquistada. Novas vagas são garantidas a cada quociente alcançado, o que explica a eleição de candidatos mesmo com baixa votação, os quais são agraciados pelos puxadores de votos, como são chamados os candidatos que alcançam números expressivos nas urnas ao ponto de multiplicar o número necessário determinado pelo quociente eleitoral. Existem também as vagas pela média quando o número de votos fica bem perto do quociente determinado. Em 2014, cinco candidatos à Assembleia foram eleitos pela média.

Dados do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TER-MG), apontam que para este ano estão aptos a votar em Minas 15.700.966 eleitores. O ponto chave é a forte tendência de um número maior de votos brancos, nulos e abstenções nas eleições de outubro próximo, o que deverá reduzir, automaticamente, o quociente eleitoral. Para se ter uma ideia, nas eleições de 2014, foram 5.113.547 votos perdidos só em Minas Gerais.

Fonte: tre-mg.jus.br/eleicoes/eleicoes-2018/eleicoes-2018

Matéria publicada na edição 665 do Folha Popular – Ludmar Pereira