O plano de vacinação contra a Covid-19 em João Monlevade ganhou destaque na reunião ordinária da Câmara Municipal nesta quarta (17). Os vereadores destacaram a fiscalização com relação à imunização dos grupos prioritários e cobraram medidas mais efetivas da Prefeitura para dar celeridade à imunização de toda a população.
A primeira a falar sobre o assunto foi Andréa da Saúde (PTB). Ela, que é vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara, esteve junto ao presidente da comissão, Revetrie Teixeira (MDB) na Vigilância em Saúde. Segundo Andréa, o intuito foi buscar esclarecimentos. “Quando a gente fala de trabalhadores da saúde, tem aqueles que dão assistência à saúde como médicos e enfermeiros, e aqueles que dão apoio a estes profissionais, como motoristas, recepcionistas, dentre outros. Assim, também são grupo prioritário”, explicou ela. Além disso, Andréa destacou que o município segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunização, mas cobrou a listagem dos imunizados em João Monlevade. O líder do Governo, Belmar Diniz (PT), reforçou as palavras da vereadora no que diz respeito às explicações dos grupos prioritários. Ele ainda pediu que a Gerência Regional de Saúde (GRS) defina uma data para o recebimento de novas doses em João Monlevade, e com isso, possa haver a ampliação da vacinação para pessoas com comorbidades. Ele explicou também que há recipientes da vacina que comportam 10 doses e quando abertos, têm validade de 8 horas. “Se chegar cinco pessoas para estas 10 doses, elas são orientadas a voltar depois, para que não se tenha desperdício”, alertou Belmar.
Sobre esse assunto, Marquinho Dornelas (PDT), disse que presenciou um senhor de 90 ter ido vacinar na Secretaria de Saúde. No entanto foi explicado a ele e ao filho que o acompanhava que não seria possível abrir novo frasco com 10 doses para vacinar uma pessoa. Assim, ele foi orientado a retornar em outro momento. “Entendo e concordo em não desperdiçar. Mas é um absurdo um senhor de 90 anos sair de casa e não ser vacinado. É preciso focar na unidose”, pediu ele.
Outro que falou sobre a vacinação em João Monlevade foi o vereador Leles Pontes (Republicanos). Ele percorreu postos de vacinação no município e presenciou a alegria dos idosos ao serem vacinados. Ele ainda usou seu tempo na tribuna para repudiar aqueles profissionais que apenas simulam a aplicação da vacina contra a covid-19 nos idosos, conforme relatado em denúncias na mídia. O vereador esclareceu que o fato não se aplica a Monlevade.
Aquisição de vacinas
A Prefeitura adquirir as doses necessárias para imunizar a população, sem depender dos repasses feitos pelo Governo Federal. Quem levantou a questão foi o vereador Gustavo Prandini (PTB). “Não podemos esperar o Governo Federal. Diversas áreas públicas da Prefeitura podem ser vendidas para que possamos adquirir as doses necessárias para vacinar toda a população. Se fossem adquiridas 75 mil vacinas em dose única do laboratório da Johnson e Johnson, o valor investido seria de R$4.125.000,00. Seríamos referência no Brasil em atender toda a população”, sugeriu.
A fala dele foi apoiada pelo vereador Dr. Presunto (PDT). “Defendo a imunização para todos”, pontuou. Já Belmar Diniz lembrou que alienação de bens do município leva tempo, devido toda a burocratização. “São necessários 90 dias no mínimo. A proposta é relevante, mas no prazo de 90 dias haverá avanço na vacinação em Monlevade. Mas concordo que não podemos depender do Governo Federal”, concordou ele.
O Pastor Lieberth, que também é membro da Comissão de Saúde, lamentou mais um óbito confirmado por covid-19 no Hospital Margarida. Atualmente João Monlevade contabiliza 82 mortes devido à doença. “Mas eu pergunto: a dengue, pressão arterial e outras doenças, acabaram as enfermidades? As pessoas precisam ser atendidas nos postos de saúde”, destacou. Já Doró da Saúde (PSD), levantou outra demanda da área. Segundo ele, o bairro Planalto não conta com uma equipe do Programa Saúde da Família (PSF) e não há médico no posto do Novo Cruzeiro para atender aquela comunidade. “Quero pedir que a Comissão de Saúde avalie a situação junto à Prefeitura”, pediu ele.
O presidente da Comissão de Saúde, Revetrie Teixeira, relatou que havia recebido denúncia sobre vacinação indevida. Segundo ele, além dos funcionários da linha de frente, foram incluídos no grupo prioritário do Plano de Vacinação do município os cuidadores de idosos. “Cobrei a lista dos cuidadores de idosos. Acho justa a vacinação deles. Mas é preciso que se comprove o exercício da profissão e que a Secretaria de Saúde retenha a documentação para comprovar sempre que necessário”, disse Revetrie. Ele ainda pediu que a Prefeitura seja mais clara e transparente no que diz respeito ao cumprimento do Plano de Vacinação do município.