Bernardo Rosa volta a acusar GRS pelas filas de espera em farmácia da Prefeitura

“O que aconteceu foi que o Governo de Minas deixou de distribuir os medicamentos e jogou a responsabilidade para Itabira mais uma vez”, ratificou o vereador

30/10/2024 – A novela envolvendo a distribuição gratuita de medicamentos pela rede pública de saúde ganhou um novo capítulo na reunião da Câmara Municipal desta terça-feira (29). O vereador Bernardo Rosa (PSB) que havia colocado a culpa do problema no Estado, não reagiu bem ao posicionamento do diretor da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, Maurício Geraldo Martins que, em entrevista a um jornal da cidade, rechaçou a responsabilidade. Ele ainda afirmou que a Prefeitura assumiu o serviço por vontade própria.

A declaração do representante do órgão estadual de Saúde em Itabira soou, para o vereador, como uma tentativa de retaliação ao discurso que ele fez na defesa do governo municipal frente à denúncia de formação de filas de espera prolongadas na Farmácia da Prefeitura durante a reunião da semana passada.

“O que aconteceu foi que o Governo de Minas deixou de distribuir os medicamentos e jogou a responsabilidade para Itabira mais uma vez. De novo, estamos assumindo uma tarefa que é do governo de Minas. E quando o Município não tiver mais condições financeiras de continuar assumindo esses serviços? Isso não pode continuar acontecendo, disse Bernardo Rosa, reiterando uma fala do presidente da Câmara, Heraldo Noronha Rodrigues (Republicanos) na abordagem do assunto.

Na reunião desta terça, o pessedebista voltou ao assunto alegando que estava cumprindo o seu papel de fiscalizador e de defensor do povo itabirano e reafirmou o que já tinha dito, avisando que não vai parar. Ele ainda criticou o diretor da GRS, recorrendo ao princípio do poder tripartite, defendendo o respeito à sua posição depois de fazer uma analogia ao livro escrito por Montesquieu, um político filósofo e escritor francês que ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário].

“Eu fiz um comentário sobre a farmácia e o gerente da GRS, ele meio que criticou no jornal uma conduta minha, de defender o governo na demora de atendimento. Primeiro, o livro falava que os poderes são independentes, então primeiro com relação às minhas manifestações e comentários há uma defesa política dos cidadãos”, disse.

“Quando tomamos posse, nós assinamos um contrato e nesse contrato eu respeito as leis e a aplicação das leis, isso eu nunca vou deixar de fazer, doa a quem doer, quero deixar bem claro nesse sentido”, concluiu.

Bernardo Rosa também reforçou sua acusação contra o Governo do Estado pela demora na distribuição dos medicamentos. O município, segundo ele, só assumiu o serviço para garantir o seu funcionamento, a exemplo do que já fez em outras áreas, como a de segurança pública, que a Prefeitura paga funcionários e disponibiliza equipamentos para as polícias Militar e Civil. E o Governo do Estado, na opinião dele, tira proveito pelo fato de Itabira ser uma cidade rica, com o agravante de repassar suas obrigações, sem qualquer contrapartida.

E com a questão dos medicamentos, não foi diferente. A GRS repassou a distribuição dos medicamentos de alta complexidade para a Prefeitura sem oferecer nem mesmo um treinamento específico aos servidores municipais da farmácia pública ou ajuda de custo para manutenção do serviço. Coube a Secretaria Municipal de Saúde buscar sozinha a solução para conseguir atender a demanda local, o que segundo ele, já foi resolvido.

“Todo mundo sabe aqui, o quanto o Município é rico e por ser rico o Estado fala, vou deixar para Itabira essa obrigação porque ele tem dinheiro”.