Parlamento mineiro inaugura, nesta quinta (23), obra com os nomes de todos os atingidos pelo rompimento de barragem
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) prestará uma homenagem às vítimas do rompimento de barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, na unidade da mineradora Vale, em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), ocorrido em 25 de janeiro de 2019. A solenidade será realizada nesta quinta-feira (23/1/20), a partir das 17 horas, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, no Parlamento mineiro.
A cerimônia de homenagem à memória dos atingidos pela tragédia, que completa um ano, será marcada pela inauguração de uma obra, forjada em aço, com o registro dos nomes de todas as vítimas do desastre social e ambiental. A placa estilizada será instalada em frente ao Palácio da Inconfidência, na Praça Carlos Chagas, também conhecida como Praça da Assembleia.
Além dos nomes, a obra também traz breve contextualização e a seguinte estrofe do poema Lira Itabirana, de Carlos Drummond de Andrade: “Quantas toneladas exportamos/De ferro?/Quantas lágrimas disfarçamos/Sem berro?”
O descerramento da placa será seguido de toque de silêncio, além de pronunciamentos de representante das famílias das vítimas e do presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus (PV). O ato tem o objetivo de preservar essa memória, a fim de que jamais sejam esquecidos os 272 mortos na tragédia, incluindo-se dois nascituros. Onze vítimas ainda não tiveram seus corpos localizados. Um ano após a tragédia, as equipes de resgate permanecem com operações de busca no local.
“Muitas vidas se foram em razão de um verdadeiro crime social e ambiental. O dia 25 de janeiro está e estará para sempre em nossas memórias como uma das mais tristes e dolorosas páginas da história de Minas. A Assembleia esteve ao lado das pessoas atingidas por essa tragédia desde o primeiro momento. Por isso, a Casa faz essa sincera e respeitosa homenagem. São marcas de uma dor que não cicatriza. Neste momento, tanto quanto um ano atrás, a dor de todos nós permanece”, afirmou Agostinho Patrus.
“Todos nós nos juntamos às pessoas que perderam um familiar, um amigo ou um vizinho e nos solidarizamos com todos aqueles que tentam, com imensa dor, reconstruir suas vidas. Ainda há muito a ser feito e o Parlamento continuará assumindo o seu papel para que isso jamais se repita. A primeira frase do meu discurso de posse, em 2019, foi ‘Nós estamos de luto’. Um ano depois, todos continuamos de luto”, completou o presidente da Assembleia Legislativa.