FOTO: “O gestor público não pode pensar só no hoje, tem que plantar semente do bem para futuras gerações colherem”, diz Antônio Carlos
A busca por alternativas para manter São Gonçalo do Rio Abaixo no trilho do desenvolvimento pós-mineração segue sendo uma das prioridades da administração municipal conforme destacou em entrevista o prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho (PDT).
O político, que segue para fechar seu sétimo ano de gestão [ele assumiu o governo em 2013 e foi reeleito em 2016], apresentou ações em setores de ensino, economia e qualidade de vida para tormar a cidade ainda mais atrativa para moradores e investidores.
Em se tratando da formação infantil, a nova Escola de Tempo Integral, em fase de construção no bairro Recreio, é uma das obras em andamento apontada como de maior destaque. Outras ações estão ligadas à valorização do agronegócio, que tem mostrado resultados surpreendentes, valorização do comércio varejista, obra da avenida da Ligação à Central e Contorno Oeste e incentivos para impulsionar o distrito industrial, segmentos que darão novo fôlego à cidade ante à mineração, que não dá duas safras, conforme classifica o prefeito.
- Antônio Carlos, percebe-se grande inclinação em relação ao agronegócio em São Gonçalo. Qual a novidade?
Posso falar da Feira do Produtor Rural, lançada no ano passado atendendo anseios da população e do agropecuarista, com realização de palestras e capacitação na zona rural com apoio do Sebrai, Universidade de Viçosa, Senar, feira de gado. Neste ano, percebemos que a Feira do Produtor virou festa da família, quando passamos a trazer alunos da rede municipal para conhecer o agronegócio em nossa cidade, fechando com um grande almoço servido em parceria com a Apae e Paróquia de São Gonçalo. A adesão foi bem positiva. Nesta edição, destaco ainda o lançamento do programa Campo Fértil 2, inédito em órgãos públicos do Brasil, que fornece embriões para a melhoria da qualidade genética do rebanho de produtores da cidade
“Temos muitas novidades, como a questão da água, trevo na BR-381 e várias obras importantes”
- Acredita ser esta a melhor alternativa ante a mineração?
Desde o primeiro dia de nosso governo tenho a consciência de que não podemos ser reféns da mineração. Mas a agropecuária em São Gonçalo é praticada antes mesmo da mineração, desde a criação do distrito de São Gonçalo, há 300 anos. É uma vocação e sempre tivemos bons resultados, melhor agora com os incentivos da administração. Junto ao agro, temos nos esforçado para atrair novas empresas para geração de renda e novas frentes de trabalho, pois sei que a mineração, a qual responde por 95% de nossa economia, só dá uma safra e não sabemos o dia de amanhã, quando podem ser registradas novas crises no setor como no passado recente. Nossa cidade é nova, temos tempo de nos preparar em relação à exaustão da mina. - Ainda em relação ao agronegócio, quais os números efetivos?
Não sei números exatos, mas asseguro que é uma atividade significante para o Município. É uma cultura que tem passado de geração a geração, e não temos problemas com o êxodo rural, pois nossas terras são promissoras e os produtores, além de se identificarem com a agropecuária, contam com apoio irrestrito da Prefeitura, que oferece insumos e equipamentos avançados para auxiliar no plantio e colheita, tudo com acompanhamento da patrulha agrícola. Para se ter uma ideia, nossas ações têm ampliado a oferta de leite em 63% de um ano para o outro sem investimentos na melhoria genética, benefício que passa a ser ofertando com o Campo Fértil 2. Estes resultados mostram que as ações estão tendo resultados positivos aos produtores, que ampliam a oferta de leite, que tem cliente certo por meio das indústrias de laticínios instaladas na cidade. - E em relação ao distrito industrial?
Hoje, nós temos 13 empresas gerando em média 200 empregos diretos. Temos outras empresas a serem instaladas, mas isso não depende 100% só de São Gonçalo, o cenário econômico nacional e estadual tem que dar sinais de melhora. - Você tem dialogado com potenciais empresas?
Sim. Temos feito viagens e apresentado os benefícios de se instalarem em nossa cidade, mas prefiro dar detalhes após as futuras empresas, sete em estudo, passarem por todos os trâmites legais. Posso assegurar que isso será feito em breve. - E em relação às empresas que não deram certo no distrito?
São casos raros, mas as medidas tomadas em relação a estas empresas se resumem em recuperação dos terrenos e galpões para ofertá-los a outras. Mas esta questão não nos intimida, pois sabemos que no Brasil o índice de empresas que fecham nos primeiros meses ainda é grande em relação à realidade de São Gonçalo, isso devido a nossas concessões serem bem alinhadas junto ao investidor. - O comércio local é outra atividade que merece destaque?
Sim. Temos uma preocupação especial com as empresas varejistas, por isso estamos sempre ofertando cursos por meio do Sebrae e realizando várias outras agendas. Não podemos deixar de destacar o cartão-alimentação do funcionalismo e das terceirizadas, que, conforme decreto de lei, só pode ser usado no comércio de São Gonçalo. Por ano são injetados na economia local R$ 5 milhões por meio deste cartão. - Nova escola de tempo integral, existe demanda?
Vamos entregar esta obra no início de 2020 para atender mais de 300 alunos das séries iniciais. Hoje, temos creches em casas alugadas, temos salas de aula com número elevado de crianças e a nova escola integral só está sendo construída devido a estudos. Não é simplesmente chegar e decidir pela obra. - A nova avenida, com investimento de R$ 4,4 milhões?
A nova avenida, da Ligação, será conectada a avenida Central e Contorno e terá trevos de acesso. Não atenderá interesses imobiliários, porque é uma área que pertence a uma família que tem mais de 80 herdeiros. Não houve uma desapropriação, fato inédito em relação às outras avenidas construídas. Nossa visão é atender o desenvolvimento de nossa cidade com a ligação da área central ao eixo Una, que apresenta forte potencial de crescimento. Quanto a loteamento, não sabemos dizer como vai ser, apenas estamos criando caminhos para o desenvolvimento de São Gonçalo com uma avenida moderna e que conecte a regiões importantes de nossa cidade. - A questão da água tratada, qual a realidade?
Temos a ETA (Estação de Tratamento de Água) que está pronta para ser ligada, restando apenas alguns ajustes. Essa obra recebeu aditivos, pois o projeto passou por adequações. Nós vamos apresentar um projeto que vai ampliar bem a aferta de água. Em breve teremos novidades. - O Centro Administrativo continua sendo meta da administração?
Sim, o Centro Administrativo vai ser realidade e já assinamos a ordem de serviços. Com a obra, iremos dar nova dimensão administrativa ao setor público municipal. Outra obra que vale destaque é o trevo da avenida Central, na BR-381. Os estudos estão em fase de aprovações no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). - Projeto Nova São Gonçalo, com previsão de R$ 300 milhões em investimento?
Não tenho valores, mas algumas ações foram inviabilizadas devido à crise nacional e confisco de receitas feito pelo Governo de Minas. Mas temos uma lista de ações executadas e em execução. Como vários calçamentos, escola integral do Recreio, Centro Administrativo, Cartão Vida Nova, asfaltamentos, programa de habitação. Na verdade adiamos ações que caberiam naquele momento crítico, como o centro esportivo, parque temático. São propostas importantes, mas que de forma responsável, optamos pelo adiamento. - Em resumo, quais as novidades até o final deste ano?
O trevo na 381, a avenida do Contorno, centro administrativo, dar resposta à questão da água, escola integral no Recreio, convênio com o DEER para asfaltamento da estrada do Peti, do trevo do Primavera até a antiga fábrica de biscoitos, obras da sede do Batalhão da Polícia Militar no eixo da avenida do Contorno, reforma de todos os postos de saúde, construção do posto de saúde na comunidade de Pacas, construção de pontes em várias localidades, túnel bala que vai resolver o problema de alagamentos no esgoto do Recreio, canalização do esgoto no Vargem Alegre, rede de água potável nas comunidades de Ponte Coronel e Rio Claro, construção de velórios nas comunidades de Pacas, São José e Vargem Alegre e vários calçamentos. São ações que vamos priorizar até dezembro. - Qual a situação financeira da Prefeitura?
Bem equilibrada. Podemos dizer que nossos compromissos estão sendo conduzidos com muita austeridade e transparência. - Considerações finais?
Nosso propósito na Prefeitura sempre foi de fazer o bem sem olhar a quem. Gostaria também de dizer que às vezes tomamos medidas que não agradam a todos, mas que são ações necessárias devido à realidade atual da administração pública, pois o gestor público não pode pensar só no hoje, tem que plantar semente do bem para futuras gerações colherem. - Eleição?
Só em 2020. Quero continuar com foco apenas na boa gestão da máquina pública municipal.