Polícia investiga fraude em concurso público para advogado, dentista enfermeira

Denunciados tiveram acesso as provas e gabaritos antes da avaliação

5/6/2023 – Pelo menos 12 policiais civis participaram da operação que cumpriu, na manhã desta segunda-feira (5), oito mandados de busca e apreensão nos municípios de Caratinga, Piedade de Caratinga, Ipanema e Pocrane contra candidatos suspeitos de fraudar o concurso público da Prefeitura de Piedade de Caratinga, realizado em 28/05.

  • ENTENDA O CASO

No dia 26 de maio, o Ministério Público recebeu um vídeo onde apontava que haveria fraude no referido concurso, citando candidatos que seriam beneficiados.

Com a imagem, o Ministério Público se reuniu com a Prefeitura e Polícia Civil de Caratinga.

No encontro, foi acordado que a Polícia Civil fiscalizaria a realização das provas. Nessa ocasião, todos os gabaritos foram digitalizados para eventual conferência posterior, caso a fraude se concretizasse.

Já na última sexta-feira, 02/06, o Ministério Público recebeu e-mail anônimo informando sobre o vazamento das provas e gabaritos para os cargos de advogado do Cras, dentista protesista e enfermeira especialista em estomaterapia.

No e-mail, estavam anexadas as provas em arquivo colorido, diferentemente da impressão das provas realizadas pelos candidatos no dia 28/05, às quais estavam em preto e branco.

Os gabaritos estavam em arquivo datado do dia 27/05, data anterior à prova.

Em análise ao site oficial da banca organizadora do concurso, apurou-se que as provas não foram divulgadas, o que se conclui, incontestavelmente, que houve vazamento dos gabaritos antes do dia da realização das provas.

Diante dos graves indícios, a Polícia Civil passou a analisar candidatos suspeitos de terem fraudado o concurso, chegando em três suspeitos que concorreram para os cargos de advogado do Cras, dentista protesista e enfermeira especialista em estomaterapia, os quais, possivelmente, teriam tido acesso à provas e gabaritos de forma antecipada.

Os três candidatos tiveram 39 acertos em 40 questões, errando todos eles a mesma questão, a de número 15, o que reforça a fraude.

Em razão dos fatos, a Polícia Civil representou pela expedição de mandados de busca e apreensão visando constituir outros elementos informativos para subsidiar a investigação.

A investigação busca agora esclarecer quem disponibilizou as provas e os gabaritos e quais candidatos beneficiados e quais vantagens oferecidas.

Foram apreendidos os seguintes materiais quatro aparelhos celulares, dois notebooks, um HD externo e documentos.

Todos os envolvidos serão intimados para esclarecimentos e devem responder por crime contra a fé pública, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão e multa.