A delegada Larissa Mascotte informou que a médica não aceitava o fim do relacionamento e estava perseguindo a ex-namorada, ameaçando e descumprindo medidas protetivas
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Belo Horizonte, cumpriu o mandado de prisão preventiva de uma médica, de 28 anos, no bairro Santa Cruz, na capital, na tarde do dia 21/3. Ela é suspeita de praticar diversos crimes contra a ex-namorada, de 29 anos, após o fim do relacionamento afetivo. A investigação aponta para a prática de perseguição (stalking), violação de domicílio, violência psicológica, ameaça e descumprimento de medidas protetivas.
A suspeita, com atua na área de psiquiatria, perseguia de forma recorrente a vítima, explica a delegada Larissa Mascotte, responsável pela investigação. “Ela não aceitava o fim do relacionamento, então estava perseguindo a ex-namorada, ameaçando, descumprindo medidas protetivas que a vítima tinha solicitado em setembro do ano passado. E esses pedidos foram deferidos, tendo a agressora tomado conhecimento das medidas em outubro do mesmo ano”, informou.
A delegada esclarece ter representado pela prisão preventiva da investigada tendo em vista que ela já havia sido cientificada das medidas e não as estava cumprindo, demonstrando desrespeito com a decisão judicial. “Ela não tinha o menor medo de ser presa, então o único meio para cessar os atos de violência contra a vítima era a prisão”, frisou. Ainda segundo a delegada, a suspeita parecia estar fugindo da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) da Polícia Militar, porque se esquivava de todas as visitas.
- Violência
Pelos levantamentos realizados pela equipe da Deam, foram três meses de relacionamento e, em menos de um ano, a vítima registrou dez boletins de ocorrência. “Foram diversos tipos de perseguição, como tocar o interfone insistentemente, enviar e-mails ameaçadores, invadir o prédio onde residia a vítima e o escritório em que trabalhava a ex-companheira”, destaca a delegada Larissa. “Ela chegou a enviar 200 e-mails em um só dia”, completou.
Sobre a prática do stalking, a chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), delegada Renata Ribeiro, explicou como se caracteriza o crime. “É a perseguição, o que causa incômodo e atinge a integridade psicológica da vítima. A pessoa tem que se privar da vida dela em razão da perseguição”, esclarece.
As investigações prosseguem na Deam para conclusão dos sete inquéritos policiais. A investigada permanece presa.