Polícia Civil fecha o mês da Mulher com mandados cumpridos em várias cidades de Minas

Delegadas durante coletiva para balanço das ações

Em mais uma atuação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) no âmbito da operação Átria, desencadeada durante o mês de março com o objetivo de reprimir a violência contra a mulher no estado, policiais do Departamento Estadual de Orientação, Investigação e Proteção à Família (Defam) cumpriram seis mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e Contagem, e efetuaram uma prisão na cidade de Sete Lagoas, nessa quarta-feira (29/3).

O preso, considerado foragido há algum tempo, foi detido por roubo qualificado depois de tentar fugir e resistir à prisão, relatou a delegada Renata Ribeiro, titular da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid). “Ele evadiu pelo telhado de sua casa, destruiu telhados das casas vizinhas, ameaçou policiais, mas nós conseguimos ter êxito na prisão, mesmo tendo ele resistido. Em que pese ele ser investigado por crimes de violência doméstica e familiar, o mandado de hoje se referia à prática do crime de roubo ”, afirmou.

A PCMG ainda teve o apoio dos moradores, que foi fundamental para o êxito dessa prisão, destacou a delegada Carolina Bechelany, chefe do Defam. “Tivemos a colaboração dos vizinhos quando ele empreendeu fuga pelos telhados. Nós perdemos a visibilidade do suspeito entre os telhados de diversas casas, e os vizinhos possibilitaram a nossa entrada nas residências laterais, sendo tal apoio fundamental para conseguir êxito na prisão”, destacou.

Em relação aos mandados de busca e apreensão, a delegada Ana Luiza Abreu, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Belo Horizonte, explicou que “são mandados expedidos no âmbito da medida protetiva para localizarmos armas de fogo que possam ou tenham sido usadas pelo suspeito para ameaçar ou violentar as vítimas”.

Quando há o requerimento de medidas protetivas, há várias medidas que o juiz pode determinar. “As mais comuns são de afastamento do lar e da vítima, mas o juiz pode, compreendendo a necessidade, determinar o recolhimento de arma de fogo, mesmo que o suspeito a tenha de forma legal”, informa a delegada Renata Ribeiro.

Para a chefe do Defam, trata-se de medida imprescindível. “Mesmo que eventualmente não sejam encontradas armas de fogo na posse do agressor, é importante essa atuação da PCMG para informarmos a respeito de eventual descumprimento de medida protetiva, que hoje é considerado crime”.

  • Operação Átria

Essa e outras ações repressivas e preventivas foram deflagradas pelo Defam no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. A operação Átria, em âmbito nacional, foi realizada em todo estado durante o mês de março, com diversos mandados cumpridos. “Intensificamos as ações de polícia judiciária, além de ações preventivas e de orientação em Minas Gerais. Hoje finalizamos a operação Átria”, frisou a delegada Renata.

Entre as ações de prevenção promovidas pela PCMG estão palestras, campanhas, lançamento de cartilha de medida protetiva, trabalho de responsabilização de homens autores de violência, conforme ressaltou a delegada Amanda Pires, titular do projeto remodelagem do Defam. “Levamos a temática para as escolas para que tenhamos sucesso na redução dos casos de violência, formando uma nova geração de crianças, adolescentes e jovens. Também empenhamos nossos esforços em um trabalho com os homens autores de violência por meio de grupos reflexivos/responsabilizante. Essa é uma tônica do Defam”, contou.

De 27 de fevereiro, quando se iniciou a operação Átria, a 22 de março, foram realizadas 5630 diligências policiais pela PCMG em todo o estado, com 593 denúncias apuradas, 9.578 vítimas atendidas e 31 resgatadas, além de 1252 medidas protetivas e 775 palestras ministradas. O balanço ainda aponta 2378 inquéritos policiais concluídos e 2073 inquéritos instaurados pela PCMG.