“A vítima foi surpreendida por um golpe de faca no peito, após receber um bilhete com uma sentença de morte”, revelou em coletiva o delegado responsável pela investigação, Cyro Moreira
21/05/2025 – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, na última sexta-feira (16/5), a investigação sobre a morte de uma adolescente, de 14 anos, em uma escola particular no bairro Universitário, em Uberaba, Triângulo Mineiro. O caso foi detalhado durante entrevista coletiva conjunta, realizada na manhã de terça-feira (20), com a participação da PCMG, da Polícia Militar (PMMG) e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
As apurações indicaram que o crime foi previamente planejado por dois adolescentes de 14 anos, colegas da vítima. Ambos foram apreendidos: o primeiro em flagrante no mesmo dia do fato e o segundo após representação da PCMG e parecer favorável do MPMG. Os dois respondem por ato infracional análogo ao crime de homicídio e permanecem internados por decisão da Vara da Infância e Juventude em Uberaba.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Cyro Outeiro Pinto Moreira, os fatos ocorreram de forma repentina, sem antecedente de desentendimento entre os envolvidos. “A vítima foi surpreendida por um golpe de faca no peito, após receber um bilhete com uma sentença de morte. As imagens das câmeras de segurança mostram a atuação dos dois adolescentes de forma coordenada. Outros alunos presentes estavam alheios ao ocorrido”, afirmou.
Investigação
A Polícia Civil iniciou os levantamentos investigativos imediatamente após o ocorrido, no dia 8 de maio. O primeiro adolescente foi apreendido ainda no mesmo dia, após denúncia anônima. Ao ser abordado, ele confessou os fatos e indicou a participação do colega.
Durante a operação, a PCMG e a PMMG cumpriram seis mandados de busca e apreensão. Foram coletados diversos materiais, como cadernos escolares e equipamentos eletrônicos, além de um plano de fuga manuscrito pelos adolescentes. Ao final da investigação, o procedimento policial foi encaminhado ao Ministério Público para as providências legais.
O promotor de Justiça Diego Martins Aguillar destacou que a apuração foi conduzida com responsabilidade e total observância ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Trata-se de um fato isolado. Não há outras pessoas investigadas, tampouco lista com nomes de possíveis vítimas. As escolas seguem sendo locais seguros”, destacou.
O caso tramita sob sigilo judicial, e a responsabilização dos envolvidos ocorre na esfera socioeducativa, conforme previsto em lei.