Pancadaria em casa noturna provoca debates acalorados nas redes sociais

Mãe usa redes sociais para mostrar ferimentos em seu filho causados pelas agressões

Uma briga com direito a troca de ofensas e pancadaria numa casa noturna de Itabira movimentou as redes sociais na quinta-feira (21), gerando muitas especulações. Pelo menos duas pessoas saíram feridas e o caso foi parar na Delegacia de Polícia. Duas versões alimentam comentários nas publicações das redes sociais.

Tudo aconteceu porque um jovem se recusou a cumprir uma norma para entrar no estabelecimento, ao mesmo tempo que resistiu em deixar o local. As versões entre os envolvidos diretamente são divergentes, mas um inquérito policial foi aberto para apurar os fatos.

O caso ganhou publicidade depois que Saskya Natiane, mãe do pivô da briga, Sahwan Farah, revoltada com as consequências das agressões físicas sofridas pelo filho, usou o Facebook para denunciar. Ela relata que o filho havia sido agredido, de forma covarde, por um grupo de pessoas que incluía o dono, funcionários e clientes.

Segundo ela, o rapaz sofreu praticamente um linchamento, resultando em lesões por todo o corpo. Saskya Natiane conta que foi necessário um irmão intervir para impedir que o jovem de 22 anos fosse morto.

Nas redes sociais, a mãe postou um vídeo mostrando o filho em um leito hospitalar se contorcendo de dores, com arranhaduras e hematomas na coluna. Quando foi levado para o hospital, a suspeita era de fratura de costelas, o que foi descartado num exame de raio-x. “Graças a Deus o irmão mais velho conseguiu defendê-lo, e fazer cessar o linchamento covarde, impedindo que o empresário matasse meu filho”.

Saskya Natiane sustenta a versão de que a agressão aconteceu depois do filho ter entrado no local sem pagar. Segundo ela, a vítima mora em outra cidade e estava a passeio em Itabira para comemorar o aniversário de 22 anos com a família, por isso, ele não sabia das normas do estabelecimento.

Jovem chegou eufórico e exaltado no local, afirma gerência

Já na versão dos representantes da casa noturna, a briga foi iniciada pelo jovem e seus irmãos. A gerente do estabelecimento, Mariane Oliveira, contou que o rapaz que estava saindo de outro bar, já chegou no local com os ânimos exaltados. Ele tinha ido se encontrar com dois irmãos, clientes assíduos do bar, que já se encontravam lá.
“Ele chegou muito eufórico. Estava de um jeito fora do normal e passou rápido pela portaria indo na direção dos irmãos, que já estavam no local, não dando tempo nem mesmo de uma abordagem”, explicou.

Ao ser informado da necessidade da confecção do cartão com o registro do CPF ele não concordou e foi informado de que não poderia permanecer na casa e no meio da conversa, além de desacatar os atendentes, a gerente disse que ele empurrou uma pessoa e um dos irmãos deu um soco no proprietário, dando início a uma briga generalizada. Funcionários e clientes entraram na briga defendendo o comerciante.

A Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados e o rapaz levado para o pronto-socorro. Mesmo com dores no braço, a gerente dispensou o atendimento médico.

Em princípio, o estabelecimento não tinha interesse de tornar o ocorrido público. Somente depois de ver a publicação na internet feita pela mãe do rapaz que o comerciante procurou a delegacia de polícia, na intenção de se resguardar e justificar os fatos.

Mãe quer campanha para frear violência em Itabira

Saskya Natiane quer usar a revolta e a indignação causada a ela com o linchamento sofrido pelo filho como alerta.

Ela disse que o crescente número de assassinatos envolvendo jovens, modalidades de crimes registradas no município, está se tornando uma preocupação recorrente das famílias. A onda de violência que se abateu sobre a cidade nos últimos anos, diz ela, está assustando todo mundo. “As pessoas estão muito intolerantes”, analisou, defendendo que a situação poderia ter sido resolvida sem chegar às agressões físicas.

“Do mesmo jeito que houve no passado recente um movimento contra os males provocados pelo cigarro, acho que podemos fazer um movimento para frear essa onda de violência”, concluiu ela.

Matéria publicada na edição 763 do Folha Popular