Impunidade ainda persiste após 18 anos da Chacina de Unaí

Participantes de audiência relatam indignação e esperança por justiça em julgamento de mandante em BH nesta terça (24).

“A gente precisa de paz pra seguir em frente, mas não existe paz na impunidade. A impunidade incentiva o mal”. Essa declaração contundente, feita pela delegada regional do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait), Ivone Corgosinho Baumecker, simboliza o clima de indignação dos participantes da audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na tarde desta segunda-feira (23).

A reunião foi realizada para debater as repercussões da Chacina de Unaí, nome pelo qual ficou conhecida no Brasil e até no exterior a execução por pistoleiros de três auditores-fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho naquela cidade do Noroeste do Estado. O requerimento para a realização do debate é da presidenta da comissão, deputada Andréia de Jesus (PT).

Sob o estigma da impunidade, o crime completou 18 anos no último dia 28 de janeiro e, nesta terça-feira (24), acontece novo julgamento do fazendeiro e ex-prefeito de Unaí, Anterio Mânica, já condenado a 100 anos de prisão, em outubro de 2015, como um dos mandantes do crime, em julgamento depois anulado por suposta falta de provas.