Homicídio no Anel: homem faz sugestão para mulher de colega e o mata logo após

Delegados responsáveis pejas investigações

Tudo começou porque a namorada da vítima não queria deixar o bar onde bebiam

27/09/2023 – A Polícia Civil concluiu, na segunda-feira (25), as investigações que apuraram o homicídio de um homem, de 38 anos, no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Os fatos ocorreram na madrugada do dia 25 de agosto, e um conhecido da vítima, de 48 anos, permanece preso pelo crime.

A equipe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) apurou que um dia antes, os envolvidos estavam em uma churrascaria na Zona Sul de Belo Horizonte, estando presentes também a namorada da vítima e um amigo do suspeito. Em determinado momento, após todos terem consumido bebidas alcoólicas, a vítima iniciou tumultos no estabelecimento e todos foram colocados para fora antes que a vítima entrasse em vias de fato com o suspeito.
Do lado de fora da churrascaria, a vítima passou a perseguir e ameaçar o suspeito, cada qual em um veículo, até alcançarem o Anel Rodoviário. As ameaças foram gravadas em vídeo pelo suspeito, e a própria vítima as enviou para o suspeito por aplicativo de mensagens para o suspeito e amigos. Em dado momento, o suspeito disse à vítima que iria matá-la “em legítima defesa”. Na altura do KM 04 do Anel Rodoviário, sentido Rio de Janeiro, ele cometeu o homicídio.
O delegado responsável pelo caso, Guilherme Catão, explica os motivos pelos quais a investigação descartou a hipótese de legítima defesa defendida pelo investigado. “Na versão do suspeito, quando eles chegaram ao ponto do Anel Rodoviário onde ocorreu o crime, o investigado alega que achou que a vítima estava portando uma arma de fogo. Porém, o laudo pericial não encontrou nenhuma arma de fogo; não houve nenhum disparo no carro do suspeito para indicar uma possível troca de tiros entre eles. Mas nesse momento do encontro, o suspeito desferiu oito disparos de arma de fogo de calibre 9 mm, matando a vítima”, detalha o delegado.
  • Motivação

O delegado revelou que a principal motivação para o homicídio seria um conflito entre a vítima e a namorada dentro da churrascaria. “A vítima teria manifestado vontade de ir embora, mas a namorada não queria. O suspeito então teria intervindo e pedido para que a mulher ficasse então. Foi nesse momento que os ânimos da vítima teriam se exaltado e provocado a primeira reação contra o suspeito – potencializada pelo álcool, muito importante frisar isso”, disse Guilherme Catão, contando que eles já tinham tomado quase duas garrafas de whisky naquela noite.

“Ou seja, no início era uma discussão entre vítima e namorado, que o suspeito intercedeu em favor da namorada para que ela permanecesse no local e, então, começou a se acirrar os ânimos entre vítima e suspeito”, complementou a chefe do DHPP, delegada Alessandra Wilke.

Guilherme Catão explica ainda que imediatamente à consumação do crime, o suspeito já foi desmontando a arma, dirigindo – ele atuava como armeiro também – e se desfazendo das peças da pistola ao longo do Anel Rodoviário.

Inicialmente foragido, o suspeito havia negociado sua entrega à polícia, mas ele não apareceu. Então, quatro dias depois, ele foi preso na região hospitalar de Belo Horizonte. A prisão temporária dele já foi convertida em preventiva após seu indiciamento. Ele possui antecedentes criminais por ameaça, estelionato, falsificação de documento público, apropriação indébita, vias de fato/agressão, lesão corporal, embriaguez ao volante, dano e uso de drogas.