Homens que se apresentavam como policiais são presos por extorsão

Três homens que se apresentavam como policiais do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) foram presos em operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), realizada na noite dessa quarta-feira (1/9), no bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte. O trio utilizava, inclusive, ordens judiciais falsas, com assinatura de uma juíza da Vara de Tóxicos da capital, para enganar as vítimas.

As investigações iniciaram após uma vítima procurar a equipe do Denarc para relatar o crime. Os suspeitos, de 32, 38 e 48 anos, teriam ido até a casa dela apresentando mandado de busca e apreensão e relatório de investigação falsificados, além de identidades funcionais e distintivos da PCMG falsos. Os documentos apresentados eram semelhantes aos usados pela Polícia Civil e continham nomes de policiais de forma indevida.

Após furtar o dinheiro que estava na casa da vítima, os investigados ainda a teriam tentado extorquir, mediante ameaça do cumprimento de um mandado de prisão inexistente. Para não cumprirem a falsa ordem judicial, eles teriam exigido o valor de R$ 130 mil.

Ao ser informada sobre o fato, a equipe do Denarc acompanhou a vítima até o local onde seria pago o valor acordado, momento em que abordaram os suspeitos e os prenderam em flagrante. Na ocasião também foram apreendidos um veículo, três identidades funcionais falsas, um distintivo da PCMG, dois porta-documentos da Polícia Civil, um simulacro de arma de fogo e R$ 10.500 em dinheiro.

De acordo com o delegado Daniel Araújo, levantamentos apontam que os investigados já teriam cometido outros crimes de extorsão e furto, adotando sempre a mesma abordagem. Até o momento, três vítimas foram identificadas. A polícia acredita que existam mais vítimas tanto na capital quanto no interior.

O chefe da Divisão Especializada de Combate ao Narcotráfico, Rafael Horácio, destaca o empenho da equipe nessa investigação. “Esse serviço durou uma semana, tamanha foi a intensidade dos policiais na rua para prender esses suspeitos, que utilizavam o nome da nossa instituição de forma criminosa”, enfatiza.

Presos

Segundo o investigador Sauley Bruno, um dos investigados já possui passagem policial por tráfico de drogas, em 2007, quando foi preso pelo Denarc sob a suspeita de armazenar grande quantidade de drogas para um conhecido traficante da capital. O suspeito, ex-policial militar, foi expulso da corporação em 2001 após cometimento de outros crimes.

Sauley ainda conta que um segundo investigado já foi condenado a 24 anos de prisão por duplo homicídio, sendo as vítimas a ex-companheira dele, que estava grávida, e o patrão da mulher. O crime ocorreu em Araçuaí, no Norte de Minas. O terceiro envolvido não tinha antecedentes criminais.

Agora, os presos irão responder por extorsão e furto qualificados, além de falsificação de documento público e uso de documento falso. Somadas, as penas ultrapassam 30 anos de prisão.

As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outros envolvidos no esquema e também a forma como os suspeitos tiveram acesso a informações para a produção dos documentos apreendidos.