Fundos de Investimento: como escolher

Sérgio Hermílio Santiago*

Em um cenário de taxa de juros que não para de cair, os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) se tornaram os preferidos dos investidores que não se contentam mais com a renda fixa. Mas como acertar na escolha?
Se essa também é a sua dúvida, neste artigo vamos listar algumas dicas que ajudarão você na escolha do melhor fundo para investir e começar a receber dividendos já no próximo mês.

  • Como escolher fundos imobiliários
    Uma pesquisa rápida na internet e você encontrará diversas casas de análises recomendando carteiras de fundos imobiliários. Tais recomendações levam muito em conta as variações do preço da cota na bolsa e costumam sugerir trocas periodicamente.
    Não vamos entrar na discussão de seguir ou não as recomendações. Elas podem ajudar se você tiver conhecimento sobre o mercado e clareza de seus objetivos.

Especialistas como o professor do Infomoney, Arthur Vieira de Moraes (com quem tive o prazer de estudar), afirmam que ninguém melhor do que você mesmo para escolher onde e como investir o seu dinheiro. E nesse aspecto, a busca por conhecimento precisa ser constante.

A escolha de um bom fundo imobiliário passa por estudos do histórico de pagamento de dividendos, liquidez na bolsa (bom volume de negociação), qualidade dos ativos e reputação do administrador.

  • Dicas para acertar na escolha
    Escolher, a princípio, pode parecer difícil, mas vai ficando fácil à medida que a gente se aprofunda no assunto.

1. Conheça o administrador
Quem investe em Fundo de Investimento Imobiliário delega a um profissional especializado a função de administrar o seu patrimônio.

É o administrador quem decide o que fazer com o dinheiro dos cotistas. Na condição de investidor, você precisa confiar no trabalho dele.
O professor Arthur costuma dizer o seguinte em seus programas semanais: “Mande um e-mail para o administrador e veja como ele vai te responder”.

2. Analise o objetivo do fundo
Antes de decidir comprar cotas de um fundo, observe se o investimento se alinha aos seus objetivos. Se pretende obter renda mensal, não faz sentido entrar em fundo de desenvolvimento, que constrói imóveis para venda.

“Lembre-se: não é o rabo que balança o cachorro”

3. Diversifique
Diversificação talvez seja a palavra que mais se ouve dos educadores financeiros. Afinal, nunca é prudente colocar todos os “ovos na mesma cesta”.
Um portfólio diversificado garante boas rentabilidades em cenários positivos e minimiza perdas em cenários de mercado em baixa, como o que estamos vivendo.
Em FII, com algumas centenas de reais você pode comprar cotas de diferentes fundos e diluir os riscos. Assim, se um determinado fundo de sua carteira enfrentar problemas, os demais vão diluir o impacto.

4. Relação entre risco e retorno
Cuidado com os dividendos muito acima da média. A lógica do mercado financeiro é a seguinte: quanto maior o risco, maior precisa ser o retorno. Essa relação também vale para os FIIs.

Fundos robustos e perenes, com vários imóveis de qualidade, costumam pagar dividend yield menor. Isso ocorre porque os investidores aceitam pagar mais pela cota na bolsa. E se a cota é negociada a preço maior, o percentual em dividendos cai.
Fundos imobiliários com rendimentos altos geralmente são mais arriscados – têm poucos imóveis, poucos inquilinos ou receitas não recorrentes. Portanto, é sempre bom ler atentamente os relatórios e pesquisar antes de decidir se vale ou não a pena.

5. Qualidade dos ativos
Seja fundo de shopping, logística ou de escritórios, é fundamental que você observe a qualidade dos imóveis antes de investir, bem como a localização. Lembre-se: não é o rabo que balança o cachorro.

Onde conseguir as informações
Os próprios fundos imobiliários (ou as administradoras) disponibilizam relatórios e informes em endereços próprios na internet. As informações também são divulgadas no site da B3 e em portais especializados, como o “www.fundsexplorer.com.br” e o “www.clubefii.com.br.”

Então, como investir?
Comprar fundos imobiliários é muito fácil. Basta ter conta em uma corretora de valores e negociar as cotas na Bolsa de Valores pelo home broker, da mesma forma que se opera no mercado de ações. Com o código do FII, basta definir quantas cotas comprar e enviar a ordem. Pronto! No mês seguinte, você já recebe seus aluguéis – isentos de Imposto de Renda e de dor de cabeça.

ARTIGO PUBLICADO NA EDIÇÃO 709 DO FOLHA POPULAR (21 DE MAIO)

*Relações públicas, ex-repórter do Folha Popular e ex-editor no grupo DeFato. Acredita que a educação financeira tem o poder de mudar para melhor o futuro das pessoas