Dois pesos, duas medidas
A demagogia e o toma lá, dá cá, seguem embalando o dia a dia da política itabirana. Exemplo é o presidente da Câmara, Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB) – foto, que em maio de 2019, em primeiro mandato e como vereador opositor do então prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB), apresentou emenda à Lei Orgânica para instituir o orçamento impositivo, que determina que 1,2% do orçamento do Município seja reservado às emendas do legislativo, ou seja, atender os “currais eleitorais dos vereadores”. Neste ano, a mesma proposta voltou ao plenário, desta vez, por meio do agora opositor Neidson Dias Freitas (MDB). Resultado da ópera foi a derrubada vexatória da proposta, como ocorreu em 2019.
Empréstimo
Dez dos 17 vereadores de Itabira derrubaram durante reunião de terça-feira (8), o pedido de empréstimo do governo Marco Antônio Lage (PSB) para atender 1,3 mil reivindicações para obras nas áreas urbana e rural. O fato mostrou que a base governista não anda tão alinhada e vai exigir melhor traquejo do líder, Juber Madeira (PSDB), do vice-líder, Bernardo Rosa (Avante), e principalmente do presidente, Weverton Andrade, que tentou mostrar pulso firme ao suspender a reunião, convocar ao seu gabinete os vereadores para um “bate-papo” reservado e que de nada adiantou. Para piorar, ao ver que seria voto vencido, se absteve de votar no pedido de empréstimo até então por ele defendido.
Empréstimo II
O que pesou para a derrubada do projeto foi o possível endividamento da máquina pública, que já tem outro financiamento em curso com a Caixa Econômica Federal, feito no governo Ronaldo Lage Magalhães, no valor de R$ 45 milhões, logo após assumir o governo desastroso do ex-prefeito Damon Lázaro de Sena. Outro exemplo apresentado, desta vez pelo protagonista da sessão, Neidson Dias Freitas, é que o governo dispõe de R$ 204 milhões em caixa, além de projeções de arrecadações históricas para os próximos anos, que vão ultrapassar os R$ 800 milhões.
Remoções
A Vale, em transmissão ao vivo pela internet, abriu, pela segunda vez, diálogo com os moradores dos bairros Bela Vista e Nova Vista, desta vez, na terça-feira (8), às 18h. Na pauta, o projeto de descaracterização de estruturas construídas pelo método a montante do Sistema Pontal, que prevê remoção de casas e moradores nos dois bairros. A transmissão, tímida em nível de participantes, esclareceu temas triviais como avaliação de imóveis, forma de negociações e volume de rejeito na região.
Remoções II
Assuntos como estudos de impactos, números de famílias a serem removidas e início do projeto não obtiveram respostas precisas, isso, na palavra do gerente-executivo das minas de Itabira, Daniel Daher Júnior, seguido na tela por um quarteto de engenheiros, devido aos prazos para conclusão dos estudos, que vão até junho de 2022. Certo é que a descaracterização é uma exigência legal e será feita.