10/12/2023
Guerra na Câmara
Neste finalzinho de novembro, a Câmara Municipal de Itabira viveu o seu momento mais efervescente do ano, com direito a presença da polícia, apitaço, cartazes com insultos ao presidente e ao prefeito e muito bate-boca entre os vereadores. Tudo provocado pelo projeto que trata do Plano de Cargos e Salários dos servidores. Com casa cheia, durante quase duas semanas, em dias de reuniões, o plenário foi transformado em verdadeira praça de guerra.
Agressão pessoal
Além dos vereadores, que já são divididos em oposição e base governista, o projeto com o Plano de Cargos, Salários e Vencimentos provocou uma divisão também entre os servidores. De um lado uma categoria que estava satisfeita por ter finalmente conseguido os benefícios pelos quais brigaram por muitos anos, do outro, aqueles que não conseguiram nada ou que estavam perdendo direitos. No meio, o presidente da Câmara, Heraldo Noronha, que decidiu não deixar ninguém para trás nessa guerra.
Deu BO
No meio de toda a confusão, faltou muito pouco para a Lei Maria da Penha entrar em ação. Com os ânimos acirrados, a vereadora Rosilene Félix e o vereador Carlos de Oliveira partiram para o embate pessoal. A vereadora não gostou de ser fotografada conversando com alguns vereadores e tentou fazer o colega apagar a foto na marra. Ele, porém, não se esquivou do ataque, terminando em empurrões. A pancadaria só não aconteceu porque a polícia foi acionada para conter os dois.
Pulso firme
Como tudo na vida tem dois lados, a guerra na Câmara não foi diferente. O presidente Heraldo Noronha foi atacado, insultado, humilhado e abandonado pelos próprios pares. Mesmo no centro de uma pressão esmagadora, ele se manteve firme, não arredou o pé e acabou saindo fortalecido mais do que nunca dessa bagunça toda. O projeto só foi votado depois de um acordo com todos os vereadores para adequação no texto, garantindo assim, avanço para todos os servidores envolvidos.
Nocaute
Parece que o Legislativo tomou gosto por desbancar o prefeito. Mesmo com maioria na Câmara, Marco Antônio vem acumulando derrotas. Depois das emendas ao Plano de Cargos e Salários a contragosto do Executivo, os vereadores derrubaram na última terça-feira (6), uma votação a toque de caixa de outro importante projeto. Como quem não quer nada, o líder do prefeito na Câmara, Carlos Henrique de Oliveira (PDT), tentou incluir na pauta de votação o projeto de reforma administrativa. Vereadores da oposição intencionados a fazer mudanças no texto deram o grito. O resultado foi a rejeição de um requerimento de inclusão.
Despedida
Depois de quase 30 anos prestando serviços gratuitos à população, em nome do bem estar e melhores condições de vida, em especial da minoria, o líder comunitário, Francisco Carlos Silva anuncia seu afastamento definitivo de suas atividades. O motivo, perseguição. No dia 10 de novembro, Francisco teve sua casa invadida por marginais que reviraram a residência de cabeça para baixo.
Represália
O que mais preocupou o defensor de controle social foi a demora de ajuda. Ele precisou mostrar fotos nas redes sociais para que a polícia chegasse em sua casa. O mais grave é que os ataques que já vem ocorrendo com certa frequência em sua casa, agora estão se estendendo à família. Entre os alvos, uma filha. Francisco é membro do Conselho Municipal de Transportes e Conselho de Meio Ambiente, além de ser atuante junto às associações de bairros. “Eu sempre briguei por Itabira num trabalho comunitário. Sempre levei porrada de todos os lados por causa disso. Mas agora estão mexendo com a minha família”, lamentou.
- Publicada na edição 799 do Folha Popular