- Fernando Martins*
29/12/2023 – Poderia resgatar uma modernosa máquina de datilografia, que permitia trocar os tipos de letras (as margaridas, lembram?), ou um fax-símile de última geração, ou ainda esta super motocicleta Harley-Davidson, ano 2024, com cara de uma Amazonas 1200cc, que usava motor de fusca. Tanto faz.
“é assim que assistimos ao 3º ano, do 3º mandato do prefeito Nozinho. A rota perdida, ou Route 33 de São Gonçalo”
Por mais que tentassem aprimorar esses bens de consumo, ou que defendamos as nostálgicas marcas, não tem como não questionarmos os sensos de utilidades deles. Esta Harley, por exemplo, não passa de um trabucão sem noção. Pesada, difícil de estacionar, desconfortável para viagens sob chuva ou frio intenso e beberrona. Sua serventia se concentra num rolê de algumas milhas, numa high-way ou sob uma manhã de sol nas baixadas da rota 66, para uma tomada de cinema. Lindo, mas ordinário, não!?
“esta gestão insiste no abastecimento público de água sem tratamento, sem automações, sem quaisquer controles, nem de captações, nem de tratamentos”
Fechando 2023, é assim que assistimos ao 3º ano, do 3º mandato do prefeito Nozinho. A rota perdida, ou Route 33 de São Gonçalo. Isso mesmo, icônico numeral pela metade, na forma medíocre que foi. Até o momento, nada de valor fora entregue ou inaugurado, com mais de 1 bilhão de reais disponíveis no caixa. A ex-cidade mais rica per capita do estado sequer conseguiu manter posição de mais rica. Até Catas Altas já a ultrapassou.
“É comum ver filas de caminhões-pipas, arcados com contratos milionários”
Quer exemplos das práticas ultrapassadas? Em pleno terceiro milênio, esta gestão insiste no abastecimento público de água sem tratamento, sem automações, sem quaisquer controles, nem de captações, nem de tratamentos, nem de distribuição, tampouco dos consumos. O que deveria ser emergencial e paliativo, passa a ser regra. É comum ver filas de caminhões-pipas, arcados com contratos milionários, circulando pela cidade nos dias de semana. Queixas de faltas de água são diárias. Por aqui, conseguiram transformar a cidade no contrário. O mar (abundância hídrica) virou sertão.
“soltaram campanhas alegando 100 obras, que são reformas em suas absolutas maiorias”
Meses atrás, fizeram um tipo de “iniguração” da obra da Farmácia que se iniciaria. Dias atrás, a Comunicação Social da Prefeitura fez campanha gabando da compra de uma pick-up e ferramentas doadas para o Batalhão do Corpo de Bombeiros local. Coisa que não chega a 0,014% do dinheiro disponível para esta gestão. Então, a turma da Comunicação insiste em chamar a cidade de inteligente, faz vídeos de prêmios que a escola pública não recebeu no IBMEC (méritos de alguns alunos esforçados), soltaram campanhas alegando 100 obras, que são reformas em suas absolutas maiorias. Há quem classifique de “estelionato eleitoral” quem entrega obras no ano de eleições.
“Há quem classifique de “estelionato eleitoral” quem entrega obras no ano de eleições”
Até o início deste ano que se finda, em várias oportunidades, fui à casa do prefeito para responder aos questionamentos dele. Lá estive, repito, a convite dele, de forma amistosa, voluntária e com único intuito de ajudar. Previ tudo isso que se descortina agora. Faltavam projetos e faltava criatividade. Por outro lado, sobravam cargos com vencimentos inflacionados e sem quaisquer cobranças de resultados e reais capacidades. Por aqui, imperou o conceito “só quero se for ganhar mais de R$ 5 mil”. “Eu judei ele e não abro mão”. Mas, principalmente, faltou regência, faltou quem recrutasse um time forte e cobrasse deles.
A desconfiança e o ceticismo da população com a política já enraizou e é profunda hoje. As pesquisas apontam isso com boa clareza. Diante da necessidade de reeleição, a população se depara com um tipo de prato feito, sem direito a escolha de cardápio, sem novidades.
“O governo Nozinho entra em 2024 que nem aquelas enceradeiras de grande hotel do passado. Girando, rodando, frenética e desbalanceada”
Na tentativa de vender esse prato, a Comunicação segue girando, tentando dar lustro, dar brilho ou dar um “shine-on” naquilo que não vingou. Um baita desafio, que fica bem mais difícil de convencer e vender. E claro, mais lucrativo, também.
O governo Nozinho entra em 2024 que nem aquelas enceradeiras de grande hotel do passado. Girando, rodando, frenética e desbalanceada. Sequer sabe qual piso de tacos irá ter que lustrar, nos tempos que nem tacos se usam mais. Boa parte deles já se foi, comida por cupins e fungos. Obsoleto se tornou, após os vinte anos corridos e desgastados. Podem se reinventar, alegar que é uma Harley 2024, ou que tacos são super confortáveis e deixam os ambientes mais quentes ou aconchegantes. Foi legal, mas ficou obsoleto. Obrigado por tudo, prefeito, mas pra mim, já deu.
- nalista TI da HSPRO Soluções Digitais, em São Gonçalo do Rio Abaixo