- 31/10/2023 – por Fernando Martins
Há quem diga que os sorrisos largos na pose da foto eram:
– “Agora, acertamos em cheio”!
Depois da visita do deputado Adriano Alvarenga no sábado (28), à São Gonçalo do Rio Abaixo, quando o novo grupo político da cidade recebeu o carismático parlamentar e que foi super bem acolhido pela população, é óbvio que os governistas assustados tinham que tirar o coringa da manga na hora.
Dias atrás, no desespero para melhorar a imagem com os empresários, os governistas inventaram o Bolsa-Trabalho. Funciona mais ou menos assim…
Para você que vinha perdendo mão de obra para o prefeito, depois de duramente treinada, quando começava a dar retorno pra sua empresa e o governo oferecia 2, 3, 4 vezes mais em salários e exigências mínimas, tirando seu empregado da sua empresa, agora, depois de corridos 3 anos de durezas, chega o “refresco me perdoe”. A contrapartida? Contratar um novo empregado por um salário-mínimo bancado com seu próprio dinheiro, que se acumulava no caixa bilionário da cidade do girassol.
Para quem não entrou logo no início do governo, que não achou a teta mais gorda de 5 mil, 6 mil em salários, chega o “prêmio-consolação”.
– “Esquenta não, rapaz… A gente só precisa do seu voto. Pode ficar tranquilo que, até a eleição, seu ‘salarão’ está garantido, podendo prosseguir depois, claro, se eu e minha família nos mantivermos no poder” – imagino eu em alguns devaneios…
– “Uai, Bond Papo, mas é só um salário-mínimo, é isso que você chama de ‘salarão’”?
Eu não. Eles, uai!
Segunda-feira, dia 30 de outubro, véspera do dia das bruxas, lançam o segundo pacotinho da “bondade”. Muito parecido com a história da bruxa que atrai João e Maria com uma cesta de guloseimas para engordá-los a ponto de virar ingrediente do sopão. Sacou a jogada?
-Ah… forasteiro… então você é contra ajudar o povo!?
Claro que não, sô. Mas caiu um doce de dentadura aqui no chão…
Uai, o problema da mobilidade urbana da cidade era o preço cobrado nas passagens de ônibus, ou a baixíssima oferta de horários para ir e vir, principalmente nos finais de semana e feriados?
Daí, por que não aumentar também os horários de ônibus? Já que viraram bonzinhos com o aproximar das eleições, que tal ajudar direito?
O ideal e certo seria a população rural ter acesso ao transporte de hora em hora. Pelo menos de 6 às 17 horas, com último carro saindo da cidade às 21 horas. É pedir muito? Numa cidade bilionária, não!
E já que querem “ajudar” a população, expliquem o que faziam com o dinheiro das passagens cobradas até então? Quando é que vocês, vereadores bate-palmas, fiscalizaram os caixinhas com os suados dinheiros pagos pela população, que caíam nas roletas dos ônibus em espécie? Quem controlava isso? Para onde ia o dinheiro deles? Quais retornos deram para esses passageiros (clientes) até hoje? Como era conferido esse dinheiro? Quem de vocês, vereadores de situação, um dia ao menos, foi lá fiscalizar? Será que, depois que a população pagou a mais por vários anos, chegam agora devolvendo uma parte do recebido por eles mesmos?
Os bruxos estão soltos, com cestas lotadas de guloseimas. A dica é: primeiro saiam da gaiola, depois, se fartem à vontade, porque tudo isso que só aparece agora, não é nada perto do que os tetas-gordas, os chegados barriguinhas de elástico já vinham mordendo há 3 anos. O que você não pode fazer é ficar dentro da gaiola e engordar, a ponto de não conseguir mais sair e virar papá de bruxos. Sacou!?
No mais, danem-se a sustentabilidade e as promessas de campanha!
E viva o dia das bruxas!
Fernando Martins é itabirano e investidor e morador em São Gonçalo do Rio Abaixo desde 2010.
É também diretor da HS-Pro e apresentador do Podcast Bond Papo no YouTube.
- Para você que é de Itabira ou João Monlevade entender a farra do populismo por aqui, basta comparar as cidades. A Prefeitura de São Gonçalo deve ter hoje cerca de 3.000 funcionários (fora os do “Bolsa-Trabalho”), numa cidade de 11 mil habitantes. Seria o equivalente a Prefeitura de Itabira ter 40 mil funcionários públicos ou a de Monlevade, 30 mil.
- Os ônibus de São Gonçalo hoje pertencem à Prefeitura e rodam, basicamente, para levar e trazer moradores das zonas rurais pra cidade para o trabalho ou acesso a atendimentos diversos. A tarifa era de apenas R$ 2 por viagem, mas a população não tinha boa oferta de horários e nem sabia ao certo o que faziam com o dinheiro captado nas roletas. Nos finais de semana e feriados as linhas são escassas.