O itabirano está otimista com a chegada de novos empreendimentos

FOTOS:

01: Outro projeto promissor é a conclusão e reforma de prédio, no Centro da cidade, para abrigar a unidade de ensino Una. Obras devem ser concluídas em 2020

02: Prefeitura de Itabira realiza obras de terraplenagem para a ampliação do campus da Unifei. O edital para a fundação de três novos prédios já foi publicado. A abertura dos envelopes será no dia 23 de março. Município ira investir R$ 4.060.207 milhões nesta primeira etapa. Obra concluída passará de R$ 100 milhões

03 E 05: Obra do Mart Minas segue sem data para inauguração, segundo a empresa, para não criar expectativas em torno de um projeto que está em fase estrutural

04 e 06: Na chegada da avenida, no Gabiroba, empresa instalou contêiner e Prefeitura afixou placa, com custo de R$ 19,023 milhões

Depois da publicação do relatório 20-F, feito pela Vale para o mercado internacional, em maio de 2018, apontando a exaustão das minas de minério de Itabira em 2028, agentes políticos, entidades de classe, empreendedores e moradores ficaram apreensivos quanto ao futuro do município, que tem 55% de sua receita gerada pela atividade mineradora, por meio do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem).
O anúncio, em princípio, mudou o cenário anterior, de que a cidade tinha minério para até 2050 e ao mesmo tempo, fez crescer a busca por alternativas para compensar a queda de receita municipal em um futuro ainda mais próximo.

A esperança, até então, continua sendo o ensino superior, como exemplo a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que está na cidade desde 2007 e abriga neste ano 2.083 alunos. A proposta é atender a 10 mil estudantes. Contudo, a redenção financeira por meio do ensino caminha a passos lentos devido à necessidade de investimentos, que englobam a finalização do campus Unifei e a instalação de um parque científico e tecnológico. Para acelerar o processo, o Governo Municipal foi à China no mês de novembro de 2018 buscar parceria e até então, aguarda resposta. A novidade é o início da construção de três novos prédios, com investimento inicial de pouco mais de R$ 4 milhões pelo Município.

Mas o otimismo quanto ao futuro de Itabira, após dez meses do comunicado da Vale, passou a crescer graças a empreendimentos no mercado de alimentação, novas unidades de ensino como a Una, Pitágoras e pela própria mineradora, que garante a operação das usinas de Conceição e Cauê, que receberam R$ 5 bilhões em investimentos para processar minério do quadrilátero ferrífero de cidades como Caeté, Itambé do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar.

No setor de alimentação, a expectativa está no atacarejo Mart Minas, no bairro Gabiroba. O empreendimento, que está com obras em andamento, enche os olhos dos empresários e lojistas da região. Eles entendem que um grande atacarejo derruba o pessimismo do itabirano, pois mercado de alimentação tem a ver com maior número de pessoas circulando, o que cria oportunidades para toda a cidade. Eles destacaram também a extensão da avenida Machado de Assis, obra da Prefeitura em execução que vai interligar o bairro Hamilton ao Gabiroba.

Mart Minas
A assessoria de comunicação do Mart Minas não revelou valor do empreendimento e data exata para inauguração da unidade em Itabira para não criar expectativas.
Em relação a empregos, serão gerados 150 diretos e outros 150 indiretos. No site da empresa é possível fazer um pré-cadastro.
Atualmente o Mart Minas tem 31 lojas em vários municípios, atendendo cerca de 450 cidades próximas a regiões onde estão inseridas.
O atacarejo está entre as maiores empresas no segmento no estado, com um mix de 10 mil itens.

Troco Solidário
O Troco Solidário é mais um projeto da empresa, que começou em setembro de 2017. Atualmente, seis lojas da rede fazem parte do projeto. Não é descartada a implantação do projeto em Itabira.
Ao pagar as compras em dinheiro e cartões de crédito e débito, os clientes serão convidados pelo operador de caixa a doarem seu troco. As doações serão contabilizadas no sistema e os valores repassados a instituições cadastradas.

Plano de expansão
De acordo com a rede, até 2020 a previsão é de inaugurar mais nove lojas, totalizando 40 unidades, com a geração de mais de 1.500 empregos diretos e cerca de 1.000 indiretos.
No ano passado, o Mart Minas registrou vendas de R$ 2,23 bilhões, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O que eles disseram:

Eduardo Amador Ferreira – empresário
O atacarejo e a avenida vão aumentar o fluxo de pessoas e aquecer o comércio, pelo menos onde estamos, onde sairá a Machado de Assis, vai funcionar como um pulmão aos demais bairros, e será também alternativa para se chegar ao Centro mais rápido. Este é um projeto antigo, do ex-prefeito Daniel de Grisolia, que não é parar aqui no Gabiroba, mas levar a avenida até o bairro Praia. Quanto ao fim do minério, isso já era previsível e estes empreendimentos, como o atacarejo, não viria para uma cidade prestes a acabar e mais, o Supermercado BH também está vindo para o bairro.

Manuel Duarte – empresário
Bom, nossa expectativa é muito boa, pois ligando os bairros Gabiroba ao Machado, para nós, do ramo de combustíveis, será de melhorias nas vendas. Temos ainda a chegada do Mart Minas, que com certeza vai ser bom para todos. Já quanto à mineração, acredito que Itabira vai se sair bem.

Joelma de Oliveira Pinto – lojista
Com certeza, o atacarejo e a avenida vão trazer benefícios não só para os lojistas, mas para todo o bairro, pois vai gerar mais empregos e renda. Não vejo motivo para o pessimismo, pois o setor de ensino também está crescendo muito, até no próprio bairro. São projetos que vieram para agregar e dar oportunidade para todos e mais importante, do Gabiroba para o Centro.

Uidiane de Andrade Figueiredo de Oliveira – empresária
São grandes empreendimentos que chegam para agregar. A avenida vai facilitar o acesso e criar novos empreendimentos, como também o atacarejo. A pessoa tem que ser otimista, tem que acreditar e trabalhar. A queda da receita com o fim da mineração é fato, mas outros setores vão criar novas oportunidades e renda.