Interrupções na rede elétrica causadas por fogo aumentam consideravelmente em julho
A Cemig registrou, somente no primeiro semestre de 2020, 63 ocorrências no sistema elétrico de Minas Gerais que prejudicaram o fornecimento de energia para mais de 9 mil clientes da companhia. Mas os dados aumentam ainda mais no mês de julho, quando a companhia registrou mais 30 interrupções (totalizando 93 desde o início do ano) e as unidades consumidoras impactadas aumentam cerca de 377%, totalizando 43 mil nos sete primeiros meses de 2020 – sendo 34 mil clientes prejudicados apenas em julho.
Nos dias 6 e 7 de setembro, a Cemig atendeu duas ocorrências na rede elétrica que fornece energia para as cidades Campos Altos, Pratinha e Santa Rosa da Serra, no Triângulo Mineiro. No primeiro serviço foi feito a recuperação de duas torres da Linha de Distribuição que atende à região, que foram queimadas em um incêndio de grandes proporções. Já na segunda situação, o Centro de Operação da companhia foi informado por uma de suas equipes de campo sobre o risco de nova interrupção e iniciou a mobilização dos eletricistas e técnicos antes mesmo que o fogo consumisse uma das torres, provocando o desligamento da linha que abastece regularmente a região. Os trabalhos prosseguiram durante a noite e a madrugada para o total restabelecimento do fornecimento.
Muito além de queimar postes e cabos condutores, as queimadas podem causar curtos-circuitos que irão interromper o fornecimento de energia, podendo prejudicar hospitais, postos de saúde, indústrias e as pessoas que, mais do que nunca devido ao isolamento social, estão dependendo do serviço.
“O aquecimento dos cabos e equipamentos da rede elétrica pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, linhas de distribuição e subestações, e pior, causar graves acidentes com pessoas que estão próximas a estas áreas. Portanto, são muitos os transtornos causados para quem depende da energia elétrica que é interrompida pelas queimadas”, explica o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares.
Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. “Normalmente, esses locais são de difícil acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas torna ainda mais desafiadora a manutenção das redes prejudicadas pelas queimadas”, afirma.
João José Magalhães destaca que as queimadas podem causar transtornos e prejudicar o fornecimento para hospitais e centros de saúdes, tão importantes nesta época de pandemia.
“Uma das grandes preocupações da Cemig é a possibilidade de falta de energia especialmente em hospitais e centros de saúde que, em função do avançar da COVID-19 no Estado, cria uma necessidade ainda maior de manutenção do fornecimento de energia com qualidade e sem interrupções. As queimadas, quando atingem o sistema elétrico da Cemig e danificam equipamentos, tornam o restabelecimento mais demorado, o que pode trazer problemas para todos”, alerta.
Para minimizar as ocorrências deste tipo em sua área de concessão, a Cemig realiza, constantemente, ações preventivas, investindo na limpeza de faixas de servidão, com poda de árvores e arbustos, além da remoção da vegetação ao redor dos postes e torres. A companhia também realiza inspeções em suas linhas de transmissão, para identificar e mitigar riscos potenciais para tentar evitar as ocorrências proporcionadas pelas queimadas.
Além dos problemas causas nas linhas, o fogo também prejudica a geração de energia. As queimadas e os incêndios florestais contribuem para a formação de erosão, vetor responsável por causar o carreamento de solo “terra” e o assoreamento dos reservatórios de abastecimento de água e de geração de energia, bem como os demais cursos de água. “Por isso é importante lembrar: além dos já citados problemas com a falta de energia, há também o prejuízo em relação à água, que é um bem essencial à vida do homem, animais e vegetais”, completa João José Magalhães Soares.