FOTO: Conforme a Vale, obra foi concluída em fevereiro deste ano. Estrutura dará condições para a descaracterização da barragem
O muro de 36m de altura por 330m de extensão e 10m de largura, construído pela Vale a 6 quilômetros da barragem Sul Superior, na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, foi concluído em fevereiro deste ano e aguarda auditoria técnica, realizada por empresa indicada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPE-MG), para que cerca de 100 famílias, que ainda não foram indenizadas ou não acertaram acordos, possam voltar para suas casas na comunidade de Vila do Gongo, evacuadas no dia 8 de fevereiro de 2019 (há 15 meses) devido à classificação 3 para o risco de rompimento da barragem de rejeitos da mineradora.
Conforme a Vale, a estrutura seguiu critérios técnicos internacionais e tem o objetivo de reter 100% dos volumes das barragens Sul Superior e Sul Inferior em um cenário hipotético extremo de ruptura, evitando que os rejeitos alcancem a zona de segurança secundária (Zass) dos municípios de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.
O muro, de dimensões colossais e custo não revelado, possibilitará o serviço de descaracterização da barragem Sul Superior sem riscos à comunidade. Após o serviço, o muro será demolido e a área degradada será recuperada e integrada à natureza, diz a Vale.
Estas famílias evacuadas e alojadas em casas, hotéis e pousadas em cidades da região, tinham a expectativa de voltar para suas casas em fevereiro deste ano, conforme o gerente da mineradora Rômulo Souto, no final de outubro de 2019. Contudo, devido a estudos em curso por empresa independente e a crise de saúde pública com a Covid-19, não há data prevista para os reassentamentos.
A reportagem não obteve respostas da Vale em relação ao número exato de famílias alojadas, em quais cidades elas estão e como estaria sendo a manutenção destas famílias.
MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO 708 (7 DE MAIO) DO FOLHA POPULAR