MP apresenta sete propostas para a Vale em favor dos evacuados em Barão

Moradores foram retirados da vila do Socorro em fevereiro de 2019

Representantes da Vale, Ministério Público (MP) Estadual e Federal, Defensoria Pública do Estado e componentes de Barão de Cocais, incluindo o prefeito Décio Santos, se reuniram em audiência no Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc), órgão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, das 10h às 13h de sexta-feira (7), para ajustarem as propostas para cerca de 50 famílias da região de Socorro que ainda não concluíram as negociações de venda dos imóveis e indenizações com a Vale.

Moradores fizeram manifestação em setembro de 2020 na comunidade de Socorro em busca da manutenção dos auxílios

Estas pessoas foram evacuadas da comunidade no dia 8 de fevereiro de 2019 devido ao risco de rompimento das barragens da mineradora Sul Superior e Norte Laranjeiras, na mina desativada de Gongo Soco. No total, foram 126 famílias, cerca de 500 pessoas.

Iniciada a audiência, o Ministério Público Estadual apresentou sete quesitos para negociações, sendo; prorrogação do auxílio emergencial para enquanto durarem as negociações; inclusão do Estado nas negociações; apresentação de proposta para custear a agência de tecnologia e informação (ATI); pagamento integral e imediato dos valores corrigidos das indenizações individuais já contratadas; auditoria para verificar os diagnósticos socioeconômicos; implantar melhorias na segurança das zonas de autossalvamento (ZAS) e a extinção da tutela inibitória, onde a Vale impõe, por exemplo, o fim do auxílio para quem não acertar acordos até determinada data.

Após o debate de três horas, a Vale aceitou enviar seu entendimento em relação às propostas no dia 10 de maio e os interessados devem se manifestar em um prazo de dez dias.

Conforme despacho do desembargador Newton Teixeira Carvalho, uma nova sessão será realizada no dia 2 de julho, às 9h30. Nela, será possível debater e ajustar as manifestações de todos os envolvidos no procedimento.

Muro e descaracterização da barragem Sul Superior

O muro de contenção colossal construído pela Vale, com 36 metros de altura, 13,5 de largura e 330 de comprimento, está pronto e as ações para a descaracterização da barragem Sul Superior, na mina de Gongo Soco, já foram iniciadas. A informação é da assessoria da Vale, que considera que as ações representam mais segurança para as comunidades próximas e um importante passo para que as pessoas impactadas de Barão de Cocais retomem suas rotinas. Já a aprovação do muro, licenças para a realização do serviço, prazo previsto para início, tempo de execução da obra e o valor do investimento não foram informados pela Vale.

Vale se manifesta
A Vale, por meio de sua assessoria de imprensa, assegura que se mantém aberta ao diálogo com as famílias e reforça seu entendimento de que a indenização individual aos atingidos é a medida mais adequada para reparar, de forma célere e justa, todas as pessoas impactadas em razão do nível de emergência da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais.

A empresa conta que as famílias realocadas estão em moradias escolhidas por elas próprias, com custeio de despesas fixas, cesta básica e gás feito pela Vale. Elas são assistidas pela equipe especializada em relacionamento com a comunidade e acompanhadas pelos profissionais do Programa Referência da Família, com cerca de 45 mil atendimentos psicossociais realizados.