O Governo de Minas Gerais lançou mais uma medida que vai permitir, de uma só vez, combater a pobreza no campo, fortalecer a agricultura familiar e enriquecer a alimentação escolar. Foram lançados editais coletivos para a compra de alimentos da agricultura familiar para abastecer 253 escolas estaduais em 27 municípios.
Os editais fazem parte do projeto Novos Encontros, que integra a Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo. Nesta etapa, a previsão é que sejam adquiridas 570 toneladas de alimentos, o que equivale a R$ 2,7 milhões.
Em 2018 serão destinados à alimentação escolar R$ 26,4 milhões, sendo que o Estado irá destinar, no mínimo, 30% deste total para compras de alimentos da agricultura familiar, passando a atender 759 escolas públicas.
A ideia consiste em organizar os agricultores familiares e possibilitar a compra de seus produtos, muitos deles típicos de cada região, direcionando-os às mesas das escolas estaduais. O arranjo tanto qualifica a alimentação escolar com produtos saudáveis quanto promove a inclusão socioeconômica dos agricultores familiares.
A Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo é coordenada pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) e tem a participação das secretarias de Educação (SEE), de Planejamento e Gestão (Seplag) e parceria com as secretarias de Desenvolvimento Agrário (Seda) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
“Essa ação é uma resposta do Governo de Minas às demandas de inclusão socioeconômica dos agricultores familiares de Minas Gerais e ainda coloca alimentação saudável à disposição das crianças do estado. Nosso principal objetivo é a segurança alimentar dos alunos da rede estadual”, explica o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães.
Além da inclusão socioeconômica dos agricultores familiares e do fortalecimento da cadeia produtiva, a compra institucional qualifica a oferta da alimentação escolar com produtos saudáveis.
Verduras, legumes, frutas e polpas, arroz, café, leite em pó, carnes e quitandas são alguns dos alimentos que poderão ser vendidos pelos agricultores familiares às escolas, por meio de editais coletivos.
Para a secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, Rosilene Rocha, a proposta do Governo de Minas Gerais é muito importante e visa, entre outros objetivos, combater a fome no campo.
“Com as perdas dos direitos do trabalhador brasileiro promovidas pelo Governo Federal, precisamos facilitar o acesso do pequeno agricultor ao mercado institucional e a permanência das famílias no campo com uma alimentação mais nutritiva e aumento da renda”, enfatiza Rosilene Rocha.
O secretário de Educação, Wieland Silberschneider, destaca que “a compra institucional qualifica a oferta da alimentação escolar com produtos saudáveis e alimenta uma quantidade significativa de cidadãos, muitas vezes, em situação de insegurança alimentar e nutricional”.
Mapa de demanda e oferta
O Estado elaborou um mapa da demanda e da oferta de alimentos antes de publicar os editais coletivos. O mapa da demanda foi elaborado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) e é, basicamente, a lista de alimentos que compõem o cardápio de cada unidade escolar.
Este trabalho contou com a parceria do Sebrae, que acompanhou o processo de levantamento e sistematização das informações para o cruzamento do mapa da demanda com o mapa da oferta.
“Esse projeto vem justamente para enriquecer a merenda dos alunos, com uma alimentação saudável, rica em nutrientes, variada e equilibrada”, ressalta a nutricionista Paulene Fagundes Trindade, que atende às escolas dos 21 municípios inseridos na Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Almenara.
Por sua vez, o mapa da oferta foi traçado pela Emater-MG e traz a lista dos produtores rurais de cada região, bem como os itens que são cultivados por eles. E, a partir do cruzamento das exigências dos cardápios e dos recursos disponíveis, foi definido o edital.
“Fizemos um levantamento da oferta de alimentos nos municípios considerando a sazonalidade e uma estimativa da produção. Cada escola vai ter um edital baseado naquilo que tem de oferta no município ou região. Isso vai permitir a elas (escolas) fazer a gestão do que vai ser comprado, já que sabem do período de ofertas de cada tipo alimento”, enaltece o coordenador técnico da Emater-MG, Raul Machado.
“Sem contar que vamos valorizar alimentos típicos, como os frutos do Cerrado, que fazem parte do hábito de consumo de populações locais”, complementa o coordenador da Emater-MG.