Durante a primeira quinzena de junho, a programação do Memorial Minas Gerais Vale vai ter música, oficina sensorial, exposição e uma tarde especialmente preparada para a criançada. O mês junino começa com o DJ Evandro MC, como uma das atrações do Diversidade Periférica, sob a curadoria de Patrícia Alencar. O DJ, que é um dos precursores do hip hop em Minas, se apresenta no dia 2, quinta-feira, às 19h30. No sábado, dia 4, às 10h, a programação conta com a oficina “Vivência: Ouve, Escuta…”, com Marco Paulo Rolla, que pretende provocar e fazer os participantes vivenciarem o ouvir, a escuta dos sons e dos silêncios. Na quinta-feira, dia 9, às 20h, dentro do projeto Gerais Cultura de Minas, Henrique Santana e Matheus Braga apresentam o show “Aconteceu”, no qual interpretam música brasileira (voz e violão), com Rafael Canielo na percussão e participação especial de Tavinho Moura.
E, no dia 11, sábado, o projeto Eu, Criança, no Museu! conta com mais uma ação do Movimento Arte na Maternidade (MAM) que preparou uma tarde de arte e alegria. Entre 13h e 17h30, a programação oferece para as crianças a apresentação do Palhaço Potássio e da DJ Sandri, além de contar com a presença de Deh Mussulini, com voz e violão, e as poetisas Zi Reis e Brisa Marques recitando seus versos. O palco também estará aberto para quem quiser declamar e soltar seu verbo ou canção.
Do dia 7 ao dia 30, o Educativo do Memorial preparou uma ação em busca de explorar elementos pouco difundidos no histórico mineiro. Serão duas intervenções que modificarão algo em específico em cada andar do Memorial. E segue em cartaz, até 3 de julho, a exposição “Arte na Maternidade” com obras de três artistas visuais, mães, e de suas respectivas filhas – Luciana Brandão e Teresa, Iaci Carneiro e Cora, Lorena Barros e Flora.
O Memorial Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e tem entrada gratuita.
Confira os detalhes da programação do mês de junho no Memorial Vale
02/06, quinta-feira, às 19h30 – Diversidade Periférica apresenta o DJ Evandro Mc
No mês de junho, o Memorial Vale apresenta como parte do projeto Diversidade Periférica a apresentação do DJ Evandro Mc, um dos percursores do Hip Hop em Minas Gerais. O show será na quinta-feira, dia 2, às 19h30, com entrada gratuita e retirada de ingressos uma hora antes do evento, sendo permitido um par por pessoa. O trabalho do DJ Evandro Mc convida para uma imersão histórica no contexto da Black Music e suas vertentes que inspiraram e continuam inspirando gerações. Rapper, produtor, apresentador e Dj, Evandro iniciou sua carreira no final dos anos 80, quando fez parte do lendário grupo Black Soul. Possui parcerias musicais com Jota Quest, já se apresentou em Nova Iorque, na CUFA GLOBAL WEEK, e na Universal ZULU Nation do mestre Afrika Bambaataa. Como DJ, criou “O Som Das Quadras”, resgatando a cultura dos bailes, focado na dança, Latin Freestyle, eletro funk e novas produções, além dos clássicos do gênero.
A apresentação do DJ Evandro Mc integra o Diversidade Periférica, projeto que tem a curadoria de Patricia Alencar, e que busca aproximar moradores dos aglomerados à programação e às atividades do Memorial Vale, além de dar visibilidade às iniciativas, às manifestações e às práticas artístico-culturais existentes em cada comunidade.
04/06, sábado às 10h – Oficina /Vivência: Ouve, Escuta…”
O Memorial Vale apresenta a Oficina/Vivência: Ouve, Escuta…”, no dia 4 de junho, sábado, às 10h, que pretende provocar e fazer os participantes vivenciarem o ouvir, a escuta dos sons e dos silêncios. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas pelo telefone 31 3343-7317. A artista Elisa Santana e a instrumentista Antonia Claret propõem alcançar o objetivo da atividade através de exercícios e jogos de percepções corporais e espaciais, percepções sonoras internas e externas com instrumentos musicais, com o próprio corpo e por meio de brincadeiras com o falar, usando frases, poemas para acessar o imaginário. A ideia é fazer com que as pessoas experimentem novas vivências sensitivas do ouvir, do escutar, para verbalizar aquilo que imagina, sente e deseja. A ação faz parte do projeto Sensações Memoráveis, com curadoria de Marco Paulo Rolla.
“Conta-se que o homem tem sentidos múltiplos e que deles fazem parte a nossa base de equilíbrio físico, mental e espiritual. O sentido do ouvir por exemplo, reconecta o nosso mundo interior e exterior, te conecta consigo e com o outro, te possibilita ao ouvir acionar o pensar e o falar, criar e recriar histórias mentais ou orais, imaginárias ou reais. Esta experiência pode te trazer novos mundos, te fazer imaginar e criar novos paradigmas a respeito de si mesmo ou da realidade que o cerca”, afirma a coordenadora da oficina, a artista Elisa Santana.
09/06, quinta-feira, às 20h – Show “Aconteceu” de Henrique Santana e Matheus Braga com participação especial Tavinho Moura
O Memorial Vale recebe Henrique Santana e Matheus Braga no show, intitulado “Aconteceu”, no qual interpretam música brasileira (voz e violão), com Rafael Canielo na percussão e participação especial de Tavinho Moura. No repertório, composições autorais inéditas e de compositores consagrados da nossa música. O show será na quinta-feira, dia 9, às 20h, dentro do projeto Gerais Cultura de Minas. Retirada de ingressos uma hora antes do evento (no máximo um par por pessoa). O show terá interpretação em libras.
Henrique Santana é cantor autodidata. Fez sua carreira cantando na noite, participando de grupos vocais como Nós & Voz e Urubu Malandro e tem mais de 100 jingles gravados nos estúdios de BH. Seu encontro com Matheus Braga, violonista, compositor graduado pela UFMG e professor do Núcleo Villa-Lobos, deu-se na década de 80. Desde então desenvolveram repertório de canções brasileiras, no tradicional estilo voz e violão. Rafael Canielo é baterista e percussionista, graduado em licenciatura em música pela UEMG e também professor. Acompanha o duo desde 2018.
O convidado Tavinho Moura é considerado um dos melhores compositores do país e um dos expoentes do Clube da Esquina. O repertório vai contar com canções de sua autoria como Aconteceu e Valsa Descalsa, ambas em parceria com Matheus Braga; Dois Rios em parceria com Sérgio Santos e Fernando Brant, dentre outras.
O repertório também vai contar com canções como Chão de Esmeraldas, de Chico Barque; Quando eu me chamar saudade, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito; Cordas de Aço, do Cartola; Canção Amiga , de Milton Nascimento e Carlos Drumond de Andrade; Noites de Junho, de Tavinho Moura e Ronaldo Bastos; O Trem tá Feio de Tavinho Moura e Murilo Antunes.
11/06, sábado, 13h às 17h30 – MAM convida Deh Muss, Zi Reis e Brisa Marques
O coletivo Movimento Arte na Maternidade (MAM) promove no Memorial da Vale uma tarde de alegria no sábado, dia 11. Das 13h às 17h30, uma serie de atividades foram preparadas para crianças, mães e todo público. A iniciativa integra a programação do projeto Eu, Criança, no Museu! Sujeito à lotação. Lugares limitados.
Às 14h a atração será o Palhaço Potássio, em Aventuras de Protássio. No espetáculo, o multiartista vive aventuras e executa técnicas de malabarismo com bolinhas e bola de cristal, equilibrismo com monociclo e cadeiras, brincadeiras e muito improviso.
Sandra Leão, também conhecida como DJ Sandri, se apresenta logo na sequência, às 15h. Pandeirista, Dj, professora de música e pesquisadora musical, desde 2007 toca em rodas de choro de Beagá e em 2013 se tornou Djéia Seletora. Faz parte do grupo Choro do Jura e das selectas de reggae Radiola Sista.
Após a apresentação da DJ Sandri, a musicista Deh Mussulini, com voz e violão, vai acompanhar as poetisas Zi Reis e Brisa Marques recitando seus versos. Deh Mussulini, a Onírica, é compositora, poeta, cantora, produtora cultural de BH e mãe de duas. Pesquisa mitos e sonhos, leva esse clima onírico para sua música e possui dois discos solos lançados. É a idealizadora e diretora geral do Sonora Festival Internacional de Compositoras, do Coletivo Mulheres Criando, além da Coletiva Lugar de Mulher.
Zi Reis é mãe e mulher periférica, moradora de Contagem. Multiartista, é bacharel em Artes Visuais e realizadora audiovisual, dirigindo e produzindo diversos filmes de retomada ao longo dos últimos 10 anos. Brisa Marques é performer, jornalista, curadora, escritora e letrista. Tem 2 livros de poesia, lançados, respectivamente, em 2009 e 2018, “Entre as veias de fato” e “corpo-concreto”. Tem músicas gravadas por parceires de diferentes lugares. Criou e apresentou os programas “Cardápio Cultural”, exibido pela BH News; “Ação ilimitada”, na Rede Minas; “Casa Aberta”, “Lusofonia,os vários sons da língua portuguesa”, “Disco de Pelúcia” e “Estúdio vivo”, exibidos pela Rádio Inconfidência; da qual foi também Diretora Artística.
7 a 30/06 – Educativo do Memorial propõem novos olhares sobre Minas
Em busca de explorar elementos pouco difundidos no histórico mineiro, o Educativo do Memorial Vale intervém em seu acervo, contrapondo simbologias expostas, com outras percepções e identidades acerca de suas mineiridades. A ação será composta por duas intervenções que modificarão algo em específico em cada andar do Memorial. Os espaços-instalações escolhidos são: 1º Andar – Mapa de Minas Gerais (espaço de Leitura) que receberá a intervenção “As Gerais: os Quilombos”. No local, tarjas vermelhas esconderão intencionalmente algumas informações do mapa de Minas Gerais, destacando em cada região de Minas a diversidade de suas comunidades quilombolas. No 2º Andar (Afresco República) estará a “Salve Maria!”. Nesta ação, impressa em tecido levemente transparente, a imagem de Maria (intitulada pejorativamente como Papuda) sobreporá a imagem do afresco da República, criando um contraste sobre os valores do que cada imagem representa.
Até 3/7 – exposição “Arte na Maternidade”
O Memorial Minas Gerais Vale recebe a exposição “Arte na Maternidade” com obras de três artistas visuais, mães, e de suas respectivas filhas – Luciana Brandão e Teresa, Iaci Carneiro e Cora, Lorena Barros e Flora, e resulta de uma residência artística vivida por elas, durante três meses da pandemia. Nesse período, entre agosto e outubro de 2021, foram produzidas dez obras de cada artista e cinco de cada artista filha, totalizando 45 obras, que ocupam as galerias do Memorial Vale, desde o dia 14 de maio, até o dia 3 de julho.
A exposição integra o Movimento Arte na Maternidade (MAM) que surgiu a partir de questionamentos artísticos, socioeconômicos e políticos sobre o exercício da maternidade no campo artístico. A curadoria é de Flaviana Lasan.
Sobre a exposição “Arte na Maternidade”
A residência artística, que deu origem à exposição, veio a impulsionar as poéticas de Luciana Brandão e Iaci Carneiro, que são artistas visuais e atuam, também, na estrutura do coletivo Movimento Arte na Maternidade (MAM), exercendo funções de produção e designer gráfico. “A Lorena Barros é uma artista que estava no radar do MAM através do Instagram. Sabíamos que estava afastada da sua produção artística depois que sua filha Flora nasceu. Convidamos ela, pois não faz sentido para nós não promover a transformação que o MAM faz pela gente em artistas que tenham menos acesso ainda que nós. Lorena é uma artista que teve de abandonar sua formação na Guignard por causa da gravidez e isso é tão comum quanto deveria ser inaceitável”, sublinha Luciana Brandão. Editado por Henrique Bocelli Falcão, o vídeo apresenta a exposição com imagens captadas pelas próprias artistas durante o processo.
De acordo com Bruna Toledo, responsável pela produção do projeto, a exposição se dispõe a identificar o espaço doméstico como um espaço de trabalho já que é nele que as artistas realizam seus processos criativos e produtivos. “Reentender o espaço doméstico dessa forma supõe é reentender os sujeitos ali presentes e suas atividades consequentemente. Então, se está presente no território criativo mãe e filha, se filha também se expressa de forma plástica através de desenhos, pinturas, esculturas se tornou um processo causa-consequência entender as crianças enquanto artistas e suas atividades enquanto arte”, pontua. “Cada artista dentro da sua realidade desenvolveu ou sofisticou a sua própria metodologia de trabalho em concomitância à sua maternidade. Seja produzindo com as crianças in loco, seja usando sua própria rede de apoio, seja tudo isso e misturado”, completa Luciana.
Para a curadora da exposição Flaviana Lasan, a maternidade não é homogênea, uma vez que é atravessada por fatores econômicos, sociais e políticos – e as obras das ao MAM também refletem essa diversidade de olhares e narrativas. “Esteticamente, nós temos um amplo cenário que desmistifica as narrativas sobre uma arte segmentada tanto na condição de mulher, tanto na condição de mãe. Temos uma representação por parte da Iaci, que se apoia no cotidiano e na questão sexual; uma narrativa memorial de Luciana que amplia a sua condição de mãe a partir da construção da imagem das mães antes de si e traz uma experimentação figurativa-abstrata; já Lorena traz a energia da arte urbana, com estética do graffiti e uma paleta de cores direta das ruas”, afirma a curadora, destacando o cuidado com as mães, que marcou todo o processo.
“Essa residência apresenta uma possibilidade, um caminho novo de fazer. No meu campo de visão, como profissional das artes, aprendi que não estamos preparados para receber mães em projetos. As demandas, programação, metas. É como se o sistema de arte só funcionasse para pessoas sem filhos”, sublinha Flaviana Lasan. “Durante todo processo tivemos a delicadeza de, em nenhum momento, utilizar a palavra ‘urgente’, fizemos diversas adaptações e consideramos outros prazos. Estávamos lidando com puerpério, processos psicológicos e familiares intensos, e um retorno a si mesma, o que causou algumas dores. Normalmente, as mães ficam muito solitárias e foi um grande encontro entre elas”, completa.